Como evitar ser vítima de fraude com cartão de crédito?

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Um dos objetivos do “dinheiro de plástico”, ou seja, dos cartões de crédito (e também de débito) foi evitar que as pessoas andassem com muito dinheiro em “papel”. Tal preveniria roubos, uma vez que roubar um cartão e usá-lo é consideravelmente mais difícil do que roubar e usar notas.

Contudo, com o passar dos tempos os criminosos também se adaptaram e passaram a usar esquemas criativos para roubar os dados dos cartões. De forma a ajudá-lo a prevenir-se, mostramos algumas das fraudes usadas neste âmbito e informámo-lo sobre como resolver a situação se já tiver sido burlado. E agora que vai de férias e leva o cartão de crédito, ficar a conhecer estes esquemas (muitos são internacionais) torna-se ainda mais importante.

Fraude com cartão de crédito: não há melhor prevenção do que a constante verificação

Felizmente a tecnologia EMV veio fazer diminuir este problema de fraude com cartão de crédito, mas os cartões que funcionam apenas com base na banda magnética são bastante propensos a fraudes. Isto porque, no momento da compra, a forma como a informação é passada é estática: tem como base apenas um número que é sempre o mesmo.

Assim sendo, não são raras as vezes em que os criminosos instalam equipamentos nas máquinas que “copiam” a informação da banda magnética quando o cartão é passado na ranhura. A melhor forma de evitar esta situação é optar pela tecnologia EMV, que é – aliás – a mais usada na Europa.

Para saber se sofreu alguma fraude com cartão de crédito, o melhor mesmo é ir consultando os seus extratos. Caso note movimentações estranhas, consulte imediatamente a entidade emissora do cartão de crédito e cancele o mesmo sem demoras.

Atenção, pode estar a ser filmado (pelos “maus da fita”)!

O seu cartão – se possuir a já referida tecnologia EMV – funcionará quase exclusivamente através de um número PIN (com 4 dígitos) que é pessoal. Os ladrões sabem disso e sabem que aceder a esse número é meio caminho andado para usarem o seu cartão.

Nesse sentido, um método bastante usado é a colocação de câmaras ocultas nas caixas do Multibanco. A pessoa vai lá e não sabe que, aquando da introdução do seu código, está a ser filmada. Mas não é só no Multibanco que deve ter cuidado. O código PIN não deve ser partilhado com ninguém, portanto mesmo ao fazer uma compra certifique-se que mantém alguma privacidade.

O dinheiro levantado não saiu? Certifique-se que não foi fraude.

Se já lhe aconteceu ir levantar dinheiro ao Multibanco e este não sair, então saiba que é possível que esteja a ser vítima de um esquema fraudulento. Este método até tem um nome e designa-se por cash trapping, uma fraude com cartão de crédito.

Provavelmente pensará tratar-se de uma avaria na máquina, mas a verdade é que – mais tarde – alguém irá levantar o dinheiro que ficou retido. Além disso, há quem use as ranhuras de inserção dos cartões para colocar dispositivos falsos que copiam o respetivo cartão.

Para prevenir este caso e o de cima, o melhor mesmo é evitar usar caixas do Multibanco que note que estejam em mau estado, principalmente na zona de inserção dos cartões ou saída das notas.

Todavia, tenha em atenção que a não saída de notas nem sempre configura fraude e pode dever-se simplesmente ao mau funcionamento do equipamento. Caso isto aconteça em Portugal aconselhamos a conservar o recibo (para mais tarde fazer  a reclamação junto da entidade emissora do cartão) e a contatar ou a entidade emissora ou a própria SIBS (através, por exemplo, do  808 201 251 ou do 217 918 780).

Contudo, caso esteja de férias no estrangeiro o mais seguro será contactar as autoridades policiais e aguardar que elas cheguem ao local.

Trrim…Trrim… “Pode dar-me os seus dados bancários?” Responda que não.

Outro método usado nestes esquemas fraudulentos envolve uma simples chamada telefónica. Se receber uma chamada vinda do nada, de alguém que se identifica como sendo do seu banco a dizer que observou movimentações estranhas na sua conta… desconfie.

Provavelmente irá dizer que precisa de alguns dados para proceder ao cancelamento do cartão. E, se o disser, estará a abrir a porta da frente ao “bandido”. Isso pode conduzir a fraude com cartão de crédito.

Se estiver mesmo desconfiado, ligue diretamente para o banco, vá a uma agência ou fale logo com o seu gestor de conta. Não entregue dados importantes a completos estranhos. Contudo, caso tenha inadvertidamente dado os seus dados a um interlocutor que não tenha a certeza de ser alguém fiável, o melhor é fazer uma “dupla confirmação”.

Contacte o banco e confirme se foram eles que ligaram para si. Para isso ajuda, na chamada que lhe foi feita, ter pedido nome e cargo da pessoa que lhe ligou. Se o banco não confirmar a chamada, proceda imediatamente ao cancelamento do cartão.

Está a navegar online? Segurança é sempre a palavra-chave.

Como as fraudes “físicas” se tornaram mais complicadas, muitos esquemas passaram para o mundo “online”. Um estudo do Kaspersky Lab concluiu que só 34% dos turistas que fazem transações online usam uma conexão segura (VPN). Outros 18% dizem nada fazer para garantir a sua segurança digital.

Portanto, por exemplo, quando faz compras online, além de procurar não fazer ligações online inseguras, deve ainda privilegiar os sites com HTTPS que dão uma maior garantia de segurança (isso pode ser visto na url) uma vez que encriptam os seus dados.

E, se recorrer a compras online, ateste que o site tem um certificado de segurança (SSL) reconhecido. Além de tudo isto, é claro, desconfie daqueles “e-mails” com ofertas irrecusáveis que recebe na sua caixa de entrada. Provavelmente estará a ser vítima duma tentativa de phishing com o intuito de roubarem dados. E, claro, é aconselhável ter o computador bem protegido com um antivírus atualizado.

Pelo sim, pelo não, vá mantendo um olhar atento aos seus extratos. E, se notar movimentações, estranhas já sabe: contacte imediatamente o banco e cancele o cartão. Não deixe a bola de neve arrastar-se.

E, claro, se estiver agora a pensar comprar passagens aéreas ou fazer reservas em hóteis use sites conceituados como o Booking ou a eDreams que, em princípio, terão fortes mecanismos de segurança.

Portanto, o grande conselho que podemos dar é o de se manter atento. Mantenha-se atento aos esquemas, desconfie de ofertas “demasiado boas para ser verdade”, consulte o seu extrato bancário com frequência e, acima de tudo, previna-se da fraude com cartão de crédito.

Note ainda que, depois da comunicação da tentativa de fraude ao banco, as perdas sofridas depois dessa data já não lhe podem ser imputadas. Adquira também um cartão de crédito com acesso a bons seguros. Só assim consegue minimizar os danos se estes vierem a suceder.

Henrique Figueiredo

Sobre Henrique Figueiredo

Formado em Ciências da Comunicação e especializado em Ciência Política, o Henrique iniciou a sua carreira em jornalismo, tendo depois estado envolvido em diferentes projetos nas áreas de Comunicação e e-Commerce. Acredita que na poupança está o ganho e, nesse sentido, quer apoiar os portugueses na rentabilização das suas decisões financeiras.

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