Como pagar sem dinheiro em Portugal

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Como Pagar sem Dinheiro em Portugal

A utilização cada vez mais comum de tecnologias móveis, como smartphones e tablets, assim como a evolução dos cartões de crédito e respetivas parcerias, tem vindo a modificar a forma como os consumidores pagam por serviços e produtos na Europa e, consequentemente, em Portugal.

Desta forma, existem hoje múltiplas opções para fazer as suas compras, sejam elas online ou presenciais, com dinheiro real ou digital. As carteiras eletrónicas, por exemplo, constituem cada vez mais uma realidade de forte impacto tecnológico, surgindo num contexto de mudança no comportamento dos consumidores.

Paralelamente, a internet posiciona-se cada vez mais como o marketplace preferido dos portugueses para fazer o mais variado tipo de compras, desde reservas de hotéis e viagens, a carros, produtos financeiros e tecnológicos, compras do supermercado, enfim, o mais variado leque de opções está agora à distância de um clique.

Portugueses compram cada vez mais online

Hoje comemora-se o Dia Mundial da Internet. E não há melhor altura para assinalar a data quado se verifica cada vez mais mudança de clientes do comércio tradicional para as lojas online.

De acordo com um estudo divulgado pela Associação da Economia Digital (ACEPI) citado ontem pelo jornal i, “mais de 40% dos utilizadores da internet em Portugal já compram online e, em 2020, serão mais de 50%. Também os smartphones são cada vez mais usados e 42% dos utilizadores já recorrem a estes dispositivos para fazer compras online, embora o grosso das compras”, embora a maioria das compras seja ainda feita através de computadores.

Segundo a ACEPI, poupar posiciona-se como uma das grandes vantagens das compras na internet: a ausência da necessidade de deslocação para fazer a compra e a maior facilidade na comparação de preços e características de produtos são os fatores principais que permitem aos portugueses pouparem quantias consideráveis no contexto atual.

Dentro dos que mais compram, as mulheres estão à frente dos homens e, atualmente, “o preço é um dos fatores que levam os consumidores a trocarem as lojas tradicionais pelas lojas online”, pode ler-se no i.

Por fim – algo que não é novidade nenhuma – nos últimos anos os hábitos de consumo têm sofrido alterações, tendo como consequência o “alargamento da idade das pessoas que procuram soluções na internet”. Isto significa que não é só o público-alvo mais jovem que utiliza cada vez mais este tipo de plataformas, mas também as faixas etárias mais avançadas.

Apesar de ainda existir alguma desconfiança e ceticismo – em abril foi lançado um novo site europeu para resolver conflitos com as compras online – os métodos de pagamento alternativos com os quais não seja preciso ter dinheiro consigo são cada vez mais seguros, desde que conheça e saiba utilizar as melhores ferramentas que tem ao dispor.

Cartões de Crédito

É sem dúvida o método mais utilizado por quem faz compras ou reservas online, sendo normalmente requeridos o número, data de validade e código de segurança do cartão. Uma vez representar o meio mais comum, é aceite por praticamente todas as instituições, principalmente se pertencer às redes American Express, Visa ou Martercard.

Contudo, deve ter atenção à forma como funcionam os pagamentos com cartão de crédito, assim como à segurança e credibilidade do website onde planeia efetuar a compra.

Em Portugal, praticamente todos os cartões de crédito do mercado possibilitam ao utilizador efetuar compras na internet.

Com origem nos Estados Unidos da América (EUA) há meio século, estes pequenos pedaços de plástico continuam a ser um dos métodos de pagamento mais utilizados em todo o mundo. A diferença é que já não estão sozinhos.

PayPal

Este sistema de pagamento eletrónico é inovador e cada vez mais comum em compras online, permitindo enviar e receber pagamentos através de uma conta de email sem ser necessário fornecer os dados da conta bancária ou do cartão de crédito. Para além disso, pode ser feito em qualquer parte no mundo, independentemente do país ou moeda de origem.

As principais vantagens deste método passam por não ter custos de envio de pagamento, ser rápido, seguro (detém uma das mais baixas taxas de fraude do mundo: 0,3%) e de fácil utilização, para além de não haver a partilha dos dados com a empresa.

Ficou curioso para saber como funciona? Depois de abrir uma conta e associá-la ao seu cartão ou banco, só é preciso utilizar um email e respetiva palavra-chave para pagar as compras, fazendo o PayPal o papel de intermediário.

MBNet

O serviço MBNet é essencialmente um cartão de crédito virtual, no qual para se registar apenas tem de ter um cartão de débito associado a uma conta bancária. Posteriormente, são atribuídos uma identificação e um código secreto.

Uma vez o registo feito, pode aceder à página do MBNet sempre que fizer uma compra e criar um cartão temporário, cuja utilização apenas pode ser feita uma vez.

O processo é muito seguro, não sendo obrigado a difundir os dados do cartão de débito, sendo a desvantagem mais visível o facto de, se sobreutilizado, pode ter o acesso à conta bloqueado como forma de segurança de suspeita de fraude.  

Dentro dos serviços prestados pela SIBS, o MBWay permite que um cartão bancário seja associado a um número de telemóvel, conseguindo desse modo fazer compras ou transferências imediatas através do smartphone ou tablet.

PaySafe Card

Este método de pagamento é ideal para os mais jovens, uma vez que o plafond disponível só vai até 100 euros, evitando dessa forma que tenham dinheiro consigo. Para além disso, os utilizadores deste cartão usufruem de um sistema rápido, prático e não são obrigados a fornecer o número de cartão de crédito ou qualquer outro dado relacionado com a conta bancária.

É importnte referir que o PaySafeCard está disponível apenas para pagamento de serviços e consiste na aquisição de códigos PIN no valor de 10, 25, 50 ou 100 euros, que são colocados pelo consumidor para a aquisição do serviço, ficando o pagamento feito.

No primeiro ano de utilização não são cobradas quaisquer taxas administrativas e a partir daí passam a ser cobrados 2 euros por mês.

EasyPay

O sistema de pagamento EasyPay é 100% lusitano e provavelmente um dos mais vantajosos em Portugal, uma vez que concilia a possibilidade de pagamento através de referências multibanco, débito direto e cartão de crédito:

  • Na primeira opção, estas são geradas em tempo real, no momento em que o consumidor escolhe o meio de pagamento. Apresentam um custo de aproximadamente 0,25 cêntimos, ao qual se acrescenta 1,8% do preço final;
  • O débito direto tem um custo de 0,60 cêntimos;
  • O pagamento através de cartões de crédito tem um custo de 0,25 euros mais 2,95% sobre o valor final.

Ao que parece, a empresa portuguesa que opera a nível global tem alguns trunfos na manga, com a qual vai ser possível fazer pagamentos instantâneos sem passar pelo banco.

Carteiras digitais

Esta forma de pagamento é mais comum a cada mês que passa. Carteiras online como a Meo Wallet, Skrill, Paiza ou Neteller, algumas as mais utilizadas, funcionam como um banco virtual que facilita pagamentos e transações via internet, aceitando depósitos e levantamentos que são, geralmente, mais rápidos e com taxas mais baixas do que os meios convencionais.

Inspirada pagamentos peer-to-peer, a BitCoin constitui a primeira moeda digital descentralizada, sendo as transferências realizadas diretamente entre duas pessoas, sem intermediários e baixando as taxas por transação.

Para efetuar pagamentos só tem de mostrar um código QR presente na aplicação do smartphone ou apenas juntar dois telefones, utilizando a tecnologia de rádio NFC.

Um sistema muito semelhante ao anterior é o SEQR, um serviço de carteira móvel muito comum na Europa que permite que os consumidores, através de um smartphone, façam pagamentos em lojas, restaurantes, parques de estacionamento e online.

Este método permite ainda a transferência de dinheiro sem quaisquer custos, guardar recibos em formato digital e receber ofertas e promoções diretamente através da app. Tal como a anterior, esta funciona pela leitura ou toque num código QR/NFC, tendo de ser introduzido um código PIN.

Por fim, uma vantagem deste meio é que o consumidor pode receber um reembolso máximo de 3% por cada compra que fizer, baseado no número de transações por mês.

Mas para onde caminhamos?

São várias a surgirem no que toca a soluções sem dinheiro, não sendo fácil fazer projeções para o futuro. Uma coisa sabemos: os cartões de crédito terão sempre uma palavra importante a dizer no mercado dos sistemas de pagamento, principalmente com a chegada da tecnologia EMV, com recurso a um chip em vez da tradicional banda magnética.

Frederico Moura Martins

Sobre Frederico Moura Martins

Formado em Ciências da Comunicação e especializado em Ciência Política, o Frederico iniciou o seu percurso profissional em jornalismo e, posteriormente, em produção de conteúdos digitais. Procura aplicar a sua paixão por contar histórias na desmistificação da complexidade dos produtos e serviços financeiros para ajudar os portugueses a poupar e a tomar decisões informadas e conscientes nos diferentes âmbitos das suas Finanças Pessoais.

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