Fazer férias, seja no próprio país ou no estrangeiro, é algo que os portugueses cada vez mais fazem: consoante o Inquérito às Deslocações dos Residentes, realizado pelo INE, 4,54 milhões de residentes em Portugal efetuaram pelo menos uma deslocação com dormida fora da sua residência habitual em 2016, o equivalente a 44,1% da população residente (contra 43,3% em 2015). Porém, fazer férias nem sempre é acessível e, na falta de capital disponível, pode ser necessário solicitar um empréstimo para viajar.
Consoante um estudo levado a cabo pelo IPDT — Instituto de Turismo, em parceria com a operadora Soltrópico, 93% de 411 inquiridos afirmaram que pretendiam viajar para fora da sua zona de residência nas férias de 2018. Se há muitos anos viajar era algo que os portugueses não conseguiam fazer todos os anos, atualmente são cada vez mais os que vão para fora nas férias.
Conhecer novos lugares, culturas diferentes e expandir horizontes – quem não gosta de viajar? Porém, desde idealizar a concretizar muitas vezes é necessário percorrer um longo caminho.
Uma das principais preocupações de quem viaja é precisamente o preço, mais do que achar o transporte certo, o hotel ideal, etc. O recurso ao crédito pode, desta forma, contribuir para que cada vez mais portugueses possam realizar o sonho de viajar.
Empréstimo para viajar: o que oferece o mercado?
Um empréstimo para viajar funciona como qualquer outro tipo de crédito pessoal: solicita-se um dado montante por um determinado prazo, sendo que a quantia pedida terá de ser posteriormente reembolsada com juros acrescidos.
Tendo como base o preço de uma viagem às Caraíbas, nomeadamente à República Dominicana, para um casal (que aufere um rendimento mensal líquido de 1.600 euros), no valor total de 2.000 euros a reembolsar em 12 meses, vejamos o que oferecem algumas das diferentes instituições financeiras portuguesas:
TAEG | TAN | Prestação mensal | MTIC | |
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Cofidis | 10% | 6,6% | 175,40€ | 2.104,84€ |
Cetelem | 13% | 9,36% | 177,96€ | 2.135,46€ |
Puzzle | 13% | 9,4% | 177,99€ | 2.135,93€ |
Millennium bcp | 14,4% | 7,9% | 179,13€ | 2.149,54€ |
ActivoBank | 11,2% | 6% | 176,47€ | 2.177,67€ |
Deutsche Bank | 24,1% | 8,7% | 186,99€ | 2.243,88€ |
Para comparar soluções de crédito pessoal atente, em primeiro lugar, na TAEG (Taxa Anual Efetiva Global) para confrontar as propostas. Porém, nunca tome uma decisão final sem ponderar o fator mais importante: o Montante Total Imputado ao Consumidor (MTIC), que consiste no valor final que vai efetivamente pagar com o reembolso de capital, juros e custos processuais que possam existir.
Ao analisar a tabela acima é possível depreender que a TAEG da Cofidis (10%) é das mais reduzidas que se pode encontrar, ao passo que a do Deutsche Bank (24,1%) é das mais elevadas, o que faz com que a diferença na prestação mensal entre estas duas soluções seja de aproximadamente 11 euros.
Por sua vez, a oferta do Cetelem e do Puzzle (BNI Europa) são muito similares na sua essência, com apenas alguns cêntimos de diferença no montante total imputado ao consumidor.
Ainda assim, no exercício de comparação, pese embora o fator “custo do crédito”, há que ter em consideração se as soluções de crédito pessoal possuem seguros associados (nomeadamente de proteção ao crédito), o que é uma mais-valia para o consumidor.
Além disso, note que, se pagar a viagem com cartão de crédito ao invés de solicitar um crédito pessoal, poderá ter incluído um seguro de viagem (se o seu cartão tiver esta opção). Porém, nem todos os cartões de crédito possuem um plafond elevado o suficiente para pagar umas férias mais caras. Além disso, a menos que queira fazer o pagamento a 100% da dívida, o que vai pagar de juros face ao crédito pessoal pode não compensar.
Que documentos são necessários?
Embora isto seja algo que possa diferir de banco para banco, normalmente um processo de crédito pessoal exige que o cliente reúna a seguinte documentação (para que a instituição financeira proceda à habitual análise de risco e conceda as melhores condições possíveis ao consumidor):
- Documento de identificação: Cartão de Cidadão ou Bilhete de Identidade e Cartão de Contribuinte;
- Comprovativo de residência: uma fatura da água, da eletricidade ou dos serviços TV Net Voz;
- Comprovativo de IBAN;
- Declaração da entidade patronal, que indica o vínculo que um colaborador tem com uma empresa (no caso dos trabalhadores por conta de outrem);
- Última Declaração de IRS e Nota de Liquidação.
Naturalmente, os documentos solicitados também variam consoante se trate de trabalhadores independentes ou por conta de outrem.
No fundo, e em conclusão, nada como planear as férias com antecedência, pois só assim se consegue poupar não apenas em voos e no alojamento, como também na escolha do método de pagamento ideal, especialmente se for necessário contrair um empréstimo para viajar.