10 Fatores a considerar para escolher um depósito a prazo

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Depósito a prazo

Nos últimos anos, especialmente após a eclosão da crise económico-financeira, as taxas de juro que conferiam rendibilidade a soluções de poupança – tais como as contas-poupança e os depósitos a prazo – caíram a pique. Dependendo do prazo escolhido e do montante depositado, foram vários os bancos que desceram as taxas de juro dos depósitos a prazo para valores próximos de zero. Ainda assim, antes de decidir não optar por este produto, considere todos os fatores que lhe vamos apresentar.

Independentemente destes aspetos, é sempre necessário que o consumidor tenha em mente que deve comparar o mercado para poder escolher um depósito a prazo que seja acertado para os objetivos que pretende.

Não é só a taxa de juro que deve ter em conta ao analisar os vários depósitos. Fique a conhecer os 10 fatores a ter em atenção.

1. Montante do depósito a prazo

Quanto mais elevado for o montante de subscrição (ou seja, o dinheiro que deposita na abertura deste produto), maior será o retorno que conseguirá obter.

Nesta característica deverá ter em atenção os montantes mínimos e máximos definidos pelas instituições para cada depósito. Atualmente, os mínimos exigidos estão nos 5 euros e os máximos permitidos situam-se nos 5 milhões de euros.

2. Reembolso antecipado

Deve ainda ter em consideração a possibilidade, ou não, de fazer um reembolso total ou parcial do capital em depósito – ou seja, resgatar o montante acumulado antes do final do prazo.

Existem depósitos a prazo que não permitem mobilizar o capital antecipadamente, ao passo que outros permitem o reembolso parcial mas não total, e ainda há outros que possibilitam ambos os tipos de reembolso.

Quando é possível um reembolso antecipado, este poderá não ser permitido a qualquer momento, existindo datas pré-determinadas no contrato para o efeito.

No entanto, o cliente tem de perceber se este reembolso lhe é vantajoso. Saiba então que existem essencialmente quatro formas de atuação por parte dos bancos:

  1. O cliente poderá realizar reembolsos antecipados, totais ou parciais, sem quaisquer penalizações;
  2. Caso o cliente faça um reembolso parcial, o banco poderá aplicar uma penalização sobre os juros corridos do montante reembolsado;
  3. No caso de reembolso total, a instituição pode penalizar a totalidade dos juros corridos;
  4. E, ainda no caso de reembolso total, o banco pode apenas penalizar apenas parte dos juros obtidos.

3. Prazo

Esta característica é relevante para que o cliente saiba exatamente qual o prazo no qual não terá acesso ao dinheiro do depósito a prazo. Estes produtos financeiros têm prazos bastante diversificados, podendo ir dos 15 dias aos 5 anos.

Quanto mais tempo o dinheiro estiver neste depósito, à partida maior será o retorno obtido com juros.

4. Reforços

Quando for escolher o seu depósito a prazo, verifique se este admite entregas adicionais de capital durante a vigência do contrato.

Caso permita reforços, saiba com o banco qual a periodicidade dos mesmos. Estes podem ser mensais, trimestrais, semestrais, ou podem apenas ser feitos de forma pontual, pelo cliente.

Saiba ainda se o depósito a prazo escolhido tem algum limite mínimo ou máximo de reforços e se tem alguma comissão associada ao mesmo.

Por norma, quando os reforços são previamente acordados com a instituição financeira, não existe lugar ao pagamento de comissões. No entanto, também é comum existirem comissões pela realização de reforços pontuais.

5. Taxas de juro

As taxas de juro apresentadas pelas instituições financeiras nos depósitos a prazo são a TANB e a TANL.

A Taxa Anual Nominal Bruta (TANB) é a taxa de juro na qual não estão descontados os impostos. Já a Taxa Anual Nominal Líquida (TANL) é a taxa associada a qualquer investimento a prazo e representa o valor dos juros associados a um depósito a prazo após deduzidos os impostos.

Assim, sempre que analisar os diversos depósitos a prazo deverá olhar para a TANL, uma vez que esta indica o valor exato que irá receber de juros.

Deve ainda saber que existem diferentes deduções de impostos sobre os juros: 28% para clientes particulares residentes no continente ou na Madeira; 22,4% para clientes particulares residentes nos Açores; 25% para empresas sediadas no continente ou na Madeira; e 20% para empresas com sede nos Açores.

Note que:

Os impostos associados a estes produtos financeiros são retidos na fonte, o que significa que o consumidor não terá de se preocupar em declarar os juros obtidos no IRS.

6. Forma de pagamento dos juros

A remuneração dos juros de um depósito a prazo pode ser efetuada de duas formas diferentes, consoante o produto.

Por um lado, poderá ser sem capitalização de juros, ou seja, os juros apenas são creditados na conta à ordem. Por outro lado, os juros podem ser acumulados ao capital do depósito à ordem e serem reinvestidos sobre os juros já obtidos no passado, de forma continuada.

Poderá ainda ser possível escolher entre uma remuneração dos juros periódica ou apenas no final do prazo.

7. Depósitos em moedas estrangeiras

Alguns depósitos podem ser aplicados noutra moeda que não o euro. Nestes casos, os montantes depositados estão apenas garantidos na moeda estrangeira.

Isto significa que, caso ocorra uma depreciação da moeda estrangeira entre a contratação e o vencimento do depósito, o cliente poderá sofrer perdas caso queira converter em euros o valor aplicado no depósito.

8. Renovações

As renovações dos depósitos a prazo poderão ser automáticas ou não. Nem todos os depósitos permitem estas renovações mas, quando são possíveis, por norma são realizadas de forma automática.

Se um determinado depósito a prazo não for renovável automaticamente, o cliente pode solicitar a renovação ao banco, informando-o previamente desta intenção.

Assim, caso sejam automáticas, no final do contrato, o depósito é renovado e todas as condições se mantêm iguais. Caso contrário, e se o cliente desejar continuar com esta poupança, poderá subscrever novamente este ou outro produto, que poderá ter condições diferentes.

9. Escolha da instituição financeira

Por fim, não deve descurar outras instituições bancárias para além daquela em que já possui uma conta há muitos anos (e isto não só é válido para os depósitos a prazo, mas também para outros produtos financeiros, tais como crédito à habitação, empréstimo pessoal ou até um cartão de crédito).

É verdade que ter uma relação prévia e com mais antiguidade com uma entidade financeira pode ser uma mais-valia quando decide contratar qualquer produto financeiro, mas podem existir outras opções mais indicadas para si.

10. Condições de acesso

Todos os depósitos a prazo detêm algumas condições de acesso. As mais básicas residem na necessidade de o cliente possuir uma conta à ordem aberta nessa mesma instituição bancária ou ser residente em Portugal.

No entanto, alguns depósitos que possuem montantes e taxas de juro mais elevadas obrigam à contratação de alguns produtos e/ou serviços da instituição financeira. Por exemplo, poderá ser necessário abrir uma conta à ordem, domiciliar o ordenado nessa conta ou até contratar um cartão de crédito da instituição.

Também é comum as instituições financeiras terem depósitos a prazo exclusivos para determinados tipos de clientes:

  • Novos clientes, que, por norma, são os depósitos mais rentáveis atualmente;
  • Clientes atuais, com os quais o banco já tem uma relação;
  • Novos recursos, nos quais os atuais clientes devem colocar “novo dinheiro” na instituição, ou seja, não podem retirar dinheiro da sua conta à ordem para investir nesse depósito a prazo.

Outras considerações a ter para escolher um depósito a prazo

Os fatores acima apresentados constituem-se como atributos que deve ter em consideração para escolher um depósito a prazo, mas também aconselhamos que tome atenção à Ficha de Informação Normalizada Europeia (FINE), que conterá todos os aspetos contratuais do depósito a prazo.

Em resumo, aconselhamos a analisar todo o mercado e a comparar quando pretender escolher um depósito a prazo. Tome nota de todos os fatores acima apresentados e ainda leia as FINE para ter a certeza de que está a escolher um produto financeiro adequado às suas necessidades.

Rute Claro

Sobre Rute Claro

Formada em Gestão de Marketing, a Rute especializou-se em Comunicação, Marketing e Publicidade. Através do gosto que tem pela escrita, pretende demonstrar aos portugueses que os produtos e serviços financeiros não são um bicho de sete cabeças e que é, de facto, possível poupar.

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