Costuma dizer-se que a melhor maneira de ganhar é poupar. E é verdade, mas economizar de forma inteligente, recorrendo ao investimento, é o que faz com que este ditado popular realmente se concretize. E não é necessário ser um génio das finanças para fazer magia. É só preciso ter um avô que saiba escolher os melhores presentes de Natal para o neto. Com efeito, mostrámos aos consumidores portugueses uma das melhores formas de rentabilizar as poupanças a longo prazo.
O Diogo tem dois avôs, o paterno e o materno, que em nada são iguais: cada um tem possibilidades financeiras muito diferenciadas. Enquanto o avô materno tem um rendimento disponível relativamente avultado, o paterno tem de “apertar o cinto” para conseguir dar ao neto uma prenda, tanto no aniversário, em agosto, como no Natal.
Geralmente, do avô materno o Diogo ganha prendas muito generosas: já recebeu uma bicicleta, uma viagem à Disneyland Paris, uma mota quando fez 20 anos, para além de uma PlayStation e tantos outros presentes (que muito lhe agradaram) ao longo dos anos.
Já do avô paterno não costumava receber grandes oferendas até ao seu 25º aniversário, o dia em que percebeu que, na realidade, tinha dinheiro suficiente para comprar um carro a pronto ou dar entrada para uma casa. Como?
No dia em que o Diogo nasceu, o avô paterno resolveu abrir um ETF (Exchange-Traded Fund) com o objetivo de constituir uma poupança para o neto. Um ETF é um fundo de investimento que replica a evolução de um dado índice e que é transacionado no mercado como se de ações se tratasse, sendo fácil de negociar e, ao mesmo, tempo, diversificado. Oscila ao sabor da oferta e da procura, podendo ser comprado ou vendido a qualquer momento.
Como se trata de um título de baixo custo com bom desempenho no longo prazo, ao aconselhar-se devidamente o avô paterno decidiu que seria o melhor presente que alguma vez poderia dar ao seu querido neto. Abdicou de ver a alegria do Diogo a desembrulhar todos os presentes de Natal fantásticos que qualquer criança e adolescente adoraria para lhe proporcionar aquilo que ele mais tarde iria, de certeza, precisar – o custo de oportunidade justificava a decisão.
ETF: dos melhores presentes de Natal em termos de rendimento
A render 8% ao ano, com um depósito inicial de 300 euros (150 euros no aniversário e outros 150 euros no Natal), e assumindo uma inflação constante de 1% ao ano, ao fim de 25 anos o Diogo tinha uma poupança de 23.854 euros:
Anos | Dinheiro depositado | Poupança |
---|---|---|
1 | 300€ | 300€ |
2 | 303€ | 627€ |
3 | 306€ | 983€ |
4 | 309€ | 1.371€ |
5 | 312€ | 1.793€ |
6 | 315€ | 2.252€ |
7 | 318€ | 2.750€ |
8 | 322€ | 3.292€ |
9 | 325€ | 3.880€ |
10 | 328€ | 4.518€ |
11 | 331€ | 5.211€ |
12 | 335€ | 5.963€ |
13 | 338€ | 6.778€ |
14 | 341€ | 7.662€ |
15 | 345€ | 8.619€ |
16 | 348€ | 9.657€ |
17 | 352€ | 10.782€ |
18 | 355€ | 11.999€ |
19 | 359€ | 13.318€ |
20 | 362€ | 14.746€ |
21 | 366€ | 16.292€ |
22 | 370€ | 17.965€ |
23 | 373€ | 19.776€ |
24 | 377€ | 21.735€ |
25 | 381€ | 23.854€ |
Portanto, ao longo dos anos, o Diogo deleitou-se com os presentes de Natal do avô materno, quando, na realidade, foi precisamente o avô que tinha menos que o ajudou a alcançar o maior compromisso financeiro da sua vida: comprar casa.
Moral da história: não é uma questão de “quem tem menos dá mais”, mas sim de saber aproveitar as oportunidades de investimento para rentabilizar o dinheiro que se tem.