Os orçamentos de finanças pessoais já fazem parte das tarefas das famílias portuguesas. Cada vez mais, os portugueses fazem este planeamento mensalmente, conseguindo tomar decisões de forma mais consciente e benéfica para as suas finanças pessoais e, claro, poupar algum dinheiro.
O exercício de fazer um orçamento mensal é muito importante, pois, desta forma, consegue visualizar as suas contas pessoais (quer sejam domésticas ou de outro tipo), ver a evolução das suas finanças pessoais e terá, então, mais facilidade em perceber em que está a gastar mais e em que deve poupar.
Um orçamento pode salvar as suas finanças pessoais
Ao saber exatamente qual o montante que tem disponível e quanto pode gastar, será mais capaz de evitar uma situação de saldo negativo (quando os rendimentos não cobrem o total das despesas). A verdade é que o saldo bancário de cada pessoa não é estático, sendo que muitas vezes acontecem situações imprevisíveis, como um problema no motor do carro ou o filtro novo que precisa para a máquina de lavar a loiça.
Com um orçamento mensal saberá em que poupar e quais os gastos que tem em bens supérfluos, ou seja, todos os que não pertencem aos bens e consumos necessários, e, desta forma, conseguirá fazer face a surpresas mais dispendiosas.
Este processo consiste, então, em mapear todos os custos e despesas que tem, bem como todos os rendimentos que ganha.
Despesas
Para compreender como funcionam as suas finanças pessoais, o seu orçamento deve sempre incluir dois tipos de custos. Os primeiros são os custos necessários e até mesmo obrigatórios para o nosso dia-a-dia, aqueles que tem mesmo de pagar mensalmente ou que sabe que irá pagar numa dada altura do ano, como é o caso do pagamento das prestações do crédito à habitação, do seguro do seu automóvel ou da anuidade do seu cartão de crédito.
Os outros custos são mais variáveis. Em alguns casos, sabe que eventualmente irá despender esse dinheiro, como é o caso das férias ou do vestuário, outros são imprevistos que acontecem, como a compra de novos eletrodomésticos devido a problemas que surgiram nos antigos.
Vejamos alguns exemplos de gastos:
Custos fixos (regulares) | Custos variáveis (esporádicos) |
---|---|
Alimentação | Vestuário |
Saúde (seguro ou medicação) | Eletrodomésticos / tecnologia |
Mobilidade (transportes, combustíveis) | Lazer (atividades culturais, desportivas, etc.) |
Contas da casa (água, gás, eletricidade e pacote TV, Net e Voz) | Prendas e donativos |
Renda da habitação | Férias |
Créditos (à habitação, pessoal, caso existam) | Formação |
Impostos (IMI, Imposto Único de Circulação) | Vícios (tabaco, jogos de sorte, etc.) |
Seguros (automóvel e habitação) | Estética e bem-estar |
Custos com cartão de crédito (anuidade e outras comissões) |
Outra despesa que depende das possibilidades e prioridades de cada indivíduo é relativa a poupanças para investimento. Este tipo de despesa varia consoante as finanças pessoais de cada um e conforme a necessidade (ou possibilidade) de cada um de poupar mensalmente.
Rendimentos
A parte positiva do orçamento reside, sem dúvida, nos rendimentos que a família tem todos os meses. Estes provêm de várias fontes e algumas destas receitas são:
- Salários;
- Subsídios (de férias e de Natal);
- Prémios;
- Juros / rendimentos de capitais;
- Dividendos;
- Donativos e prendas.
Naturalmente que existem sempre mais fontes de despesas do que de rendimento. Daí ser tão importante a necessidade de organizar as finanças pessoais, para que não se gaste mais do que se obtém todos os meses e para que não se entre em incumprimento e, consequentemente, numa bola de neve de endividamento.
Ao planear as suas finanças pessoais e ao analisar detalhadamente as despesas e os rendimentos, conseguirá antecipar-se face a custos necessários, mas também a despesas inesperadas. Com uma maior consciencialização das suas finanças pessoais, consegue ainda perceber quanto conseguirá poupar por mês.
Desta forma, é importante ter em atenção diversos fatores. Será que o seu cartão de crédito é o melhor para si ou está a pagar demasiadas comissões? Se tem muitos créditos, que lhe pesam todos os meses na conta bancária, porque não consolidar num só? E já ponderou ter um pacote TV, Net, Voz para ficar apenas com uma fatura e cujos valores mensais, por norma, ficam mais reduzidos?
Monitorize as suas despesas mais facilmente com tecnologia
As tecnologias são, de facto, extremamente úteis para o nosso dia-a-dia. Existe atualmente uma grande diversidade de aplicações para smartphones, sejam Android ou iOS, que possibilitam a monitorização das suas finanças pessoais ao longo do mês.
O Boonzi é uma aplicação portuguesa que tem um grande ponto forte: permite importar diretamente o seu extrato bancário para o telemóvel, organiza as transações em categorias e, por fim, emite relatórios que o ajudam a perceber onde pode poupar. Embora seja uma ferramenta paga, pode experimentar gratuitamente durante 30 dias.
Já o Toshl Finance permite inserir mais do que uma fonte de rendimento mensal. É uma app muito personalizável e ainda tem a possibilidade de criar relatórios que posteriormente pode exportar. Esta ferramenta cria dois tipos de orçamentos: um mensal que detém todas as despesas e outro para categorias específicas, permitindo maximizar a poupança. Por fim, esta aplicação sincroniza com diversos dispositivos, desde tablet a computador e smartphone, para que possa, a qualquer momento, monitorizar as suas finanças pessoais.
Outra sugestão é a Be My Wallet. Esta aplicação avalia os padrões e as tendências de despesas semanais e mensais, com o objetivo de permitir uma poupança cada vez maior ao utilizador. Este só precisa de definir um orçamento de poupança e de organizar os gastos por categorias, a app faz o resto.
São inúmeras as aplicações que permitem controlar as finanças pessoais, por forma a ser capaz de poupar algum dinheiro no final do mês. Outras sugestões são o Mint, Budgetpulse, Buxfer ou o Organizze.
Os programas, por norma, ainda disponibilizam algumas dicas financeiras para ajudar nesta gestão financeira e ainda para investimento responsável do seu dinheiro. Ao utilizar estas apps, consegue, de forma simples e rápida, contabilizar, organizar e planear as suas despesas e os seus rendimentos.
Caso não seja muito adepto destas tecnologias, pode sempre fazer este processo de forma manual, utilizando uma folha de cálculo. Não é, de todo, o mais cómodo e rápido, mas certamente será eficaz quando se trata de poupar e gerir da melhor forma as suas finanças pessoais.
Seja qual for o seu método preferido, deverá habituar-se a realizar esta tarefa. Consegue poupar e, também, fazer prospeções para os meses seguintes. Assim, saberá quando deve pagar o seguro do seu carro, por exemplo, e poderá poupar dinheiro até lá.