Descida de juros abranda no segundo semestre do ano

No primeiro semestre de 2025, os bancos centrais globais promoveram um total de 63 cortes nas taxas de juro, número consideravelmente superior aos 41 registados no mesmo período do ano anterior.

Esta intensa redução das taxas decorreu essencialmente de dois fatores:

1. A descida da inflação a nível global, que abriu espaço para o relaxamento da política monetária;

2. A necessidade de apoiar o crescimento económico, mitigando o risco de uma desaceleração económica mais profunda.

Este contexto criou condições mais favoráveis para os consumidores, sobretudo em matérias como o crédito habitação e o financiamento ao consumo.

Sinais de desaceleração no segundo semestre

Apesar da dinâmica inicial, vários bancos centrais já começaram a sinalizar uma travagem no ritmo de cortes:

• Bancos centrais na China e no México indicam uma moderação nas reduções;

• Na Suécia e na Suíça, os ciclos de cortes podem estar perto do fim;

• A Zona Euro também mostra indícios de que os cortes nas taxas de juro serão menos expressivos nos próximos meses.

Esta mudança de ritmo reflete uma maior cautela dos reguladores, que procuram agora avaliar os efeitos dos cortes já realizados.

Perspetivas para os próximos meses

Neste momento, a maioria dos bancos centrais está a seguir uma estratégia de redução das taxas de juro. Esta abordagem tem dois objetivos principais:

1.     Trazer a inflação de volta a níveis estáveis;

2.     Evitar que o crescimento económico perca força.

Ainda assim, o ritmo de descida deverá ser mais cauteloso nos próximos meses. As autoridades monetárias estão agora numa fase de espera e análise, a acompanhar de perto indicadores como a inflação, o crescimento económico e o mercado de trabalho antes de tomarem novas decisões.

O que isto significa para os consumidores portugueses?

Em Portugal, os efeitos das descidas das taxas de juro já começaram a refletir-se na oferta de crédito, com condições mais favoráveis para os novos contratos. Ainda assim, a continuidade desse alívio dependerá das decisões futuras dos principais bancos centrais europeus e internacionais.