A gestão das finanças não é um tema só para adultos. Mais cedo ou mais tarde, todos os miúdos querem lidar com dinheiro. Mas como é que se aborda o tema das finanças para crianças? A propósito do Dia Mundial da Criança, assinalado a 1 de junho, aproveitamos para escrever sobre quatro lições principais sobre dinheiro que os pais devem ensinar aos seus filhos.
Primeira lição de finanças para crianças: o dinheiro não é infinito
Parece ser a questão mais óbvia em relação ao dinheiro e é, talvez por isso, muitas vezes subestimada. As crianças não costumam ter muita noção do que é o dinheiro ou do que o mesmo significa. Percebem apenas que é necessário para adquirir coisas. Então, porque não comprar tudo?
A lição mais importante sobre o dinheiro é a que o mesmo acaba e, por isso, temos de planear bem as nossas finanças. Mostre ao seu filho como isto funciona na prática, pedindo-lhe que lhe diga o que considera mais e menos prioritário. Porque não aproveitar e fazer disso um jogo?
Explique que há que ter um valor que seja suficiente para assegurar que se paga a casa, outro para as compras do supermercado, outro para a escola, para a roupa e transportes. E só depois disso é que se pode decidir se existe ou não possibilidade de gastá-lo no que se quiser.
Não manter apenas um mealheiro
Este é um hábito que podem fazer juntos e que é igualmente importante no âmbito das finanças para crianças. Faça da poupança um ritual e explique que se podem ter diferentes mealheiros para diversos propósitos: um para projetos escolares, outro para brinquedos, outro para livros, outro para alguma emergência… e assim por diante.
Os mealheiros devem ser tidos em conta consoante as prioridades. Deverá também esclarecer que este é um exercício a interiorizar para a vida adulta, em que será ainda mais importante saber gerir as finanças pessoais.
É preciso algum sacrifício para se conseguir o que se quer
Incentive o seu filho a desempenhar tarefas que não lhe sejam, à partida, exigidas. Isto porque, apesar de tudo, as tarefas domésticas devem ser distribuídas por todos equilibradamente e começar a remunerar atividades que entende que são, já por si, obrigatórias, pode ter um desfecho indesejado. Poderá ouvir o argumento de “não preciso do dinheiro, por isso não tenho de fazer”.
Assim sendo, à parte das tarefas que lhe são atribuídas, deixe estabelecido que esforços extra serão recompensados. Esta é uma forma de incentivá-lo a merecer o seu próprio dinheiro, à parte de alguma semanada ou mesada que tenha estabelecido.
Assim, quando chegar a altura, terá mais pedalada para desenvolver o seu espírito empreendedor e investir em projetos pessoais. Estará já habituado à dinâmica de ser autónomo e estará também familiarizado com a satisfação que traz a independência financeira.
E, por fim, errar faz parte
Errar faz parte de viver e de crescer e é importante quando existe um processo de reflexão sobre os gastos da semana ou do mês. Há algum arrependimento? O que é que se pode melhorar para a próxima? Deve incentivar o seu filho a levar isto a sério.
Mas há que manter a moderação. Tome atenção ao comportamento do seu filho e à relação que estabelece com o dinheiro. Não permita que este se recrimine demasiado pelos erros nem deixe que o dinheiro passe a ser a preocupação central. Afinal, o dinheiro é só uma ferramenta e não um objetivo em si mesmo.