Diferença salarial em Portugal: mulheres ganham 14% menos

Em Portugal, mulheres ganham em média 14% menos que os homens, revela estudo de 2025 da Mercer Portugal.

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O estudo Total Compensation 2025”, da Mercer Portugal, mostra que a desigualdade salarial entre géneros permanece significativa no país, acima da média europeia. Além disso, aponta tendências em benefícios, aumentos salariais e retenção de talento nas empresas portuguesas.

Desigualdade salarial continua elevada

Segundo o levantamento, o gap salarial entre homens e mulheres em Portugal ronda os 14%. Este valor é transversal a todos os níveis organizacionais e ligeiramente acima da média europeia, que é de cerca de 10%.

As empresas estão a acompanhar de perto a nova Diretiva sobre Transparência Salarial e os dados de mercado são essenciais para tomar decisões justas”, afirma Marta Dias, Rewards Leader da Mercer Portugal.

Retenção de colaboradores é um desafio

Quase metade das empresas (45%) indicam dificuldades em manter os colaboradores. A taxa média de rotatividade voluntária está nos 8,2%, ligeiramente abaixo dos 8,6% registados em 2024. As áreas com maior desafio de atração e retenção são: TI & Telecom, Engenharia e Vendas & Marketing.

Ainda assim, cerca de 30% das empresas planeiam aumentar o número de colaboradores em 2025, com um crescimento médio de 11%. Para 2026, a intenção desce para 22%.

Salários: crescimento mais moderado

Os aumentos salariais médios para 2025 e 2026 estão projetados em 3,5%, abaixo dos 4% de 2024. A variação efetiva dos salários em 2025 foi de 2,2%, refletindo a normalização da inflação.

Os setores mais competitivos em termos de salários continuam a ser: Farmacêutico, TI & Telecom e Serviços Financeiros.

Como as empresas definem os aumentos

A maioria das organizações (91%) faz revisão salarial anual, principalmente em janeiro, março e abril. Os fatores que mais influenciam os aumentos são:

  • Desempenho individual (96%)

  • Posição na grelha salarial (74%)

  • Inflação (62%)

A remuneração variável também é comum: 91% das empresas atribuem bónus, sobretudo ligados a vendas. Incentivos de longo prazo existem em cerca de 30% das empresas, sobretudo para cargos mais altos.

Benefícios continuam a crescer

Os benefícios extras fazem parte da estratégia de retenção. Os principais incluem:

  • Seguro de saúde (92% das empresas)

  • Subsídio de refeição (92%)

  • Carro de serviço (90%, geralmente para cargos superiores)

  • Dias extra de férias (64%)

Comparticipação em educação (57%), seguro de acidentes (44%), complemento de subsídio de doença (40%) e planos de pensões (36%)


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Carolina Godinho
PR & Partnerships Manager