Dados do relatório da consultora JLL destacam retalho, escritórios e hotelaria como setores de maior dinamismo, apesar de desafios na oferta de espaços industriais e logísticos.
Investimento imobiliário em Portugal dispara para 2,8 mil milhões de euros em 2025
O mercado imobiliário português está a fechar 2025 com uma performance muito positiva, com um volume de investimento estimado em cerca de 2,800 milhões de euros. Isto representa um crescimento de cerca de 25% face a 2024 e supera a média dos últimos anos.
Retalho assume liderança e Norte consolida posição
O segmento do retalho voltou a destacar-se em 2025, representando cerca de 40% do total investido, impulsionado principalmente pelos centros comerciais, que continuam a atrair capital institucional.
Além do retalho, os ativos hoteleiros e de escritórios surgem com quotas importantes — cada um com cerca de 20% do investimento transacionado — mostrando um mercado diversificado e resiliente.
Geograficamente, o Norte de Portugal consolidou-se como um dos destinos preferidos pelos investidores, absorvendo aproximadamente 50% do total aplicado no mercado, refletindo uma crescente atratividade fora da tradicional dinâmica de Lisboa e zonas centro-litorais.
Rendas e oferta: máximos históricos em vários segmentos
Os valores de renda prime — ou seja, os mais altos praticados em localizações premium — registaram novos máximos em vários setores:
Escritórios em Lisboa — até cerca de 30€/m²/mês no Prime CBD
Escritórios no Porto — cerca de 21€/m²/mês
Rendas de rua em retalho — até 145€/m²/mês em Lisboa e 85€/m²/mês no Porto
Centros comerciais prime — cerca de 130€/m²/mês
Estes números refletem a forte procura e a escassez de oferta adequada, tornando os espaços premium cada vez mais valorizados no mercado.
Hotelaria e living: ciclos fortes e potencial de expansão
O setor hoteleiro mantém o seu ciclo de crescimento qualitativo, com 28,4 milhões de hóspedes e 72,8 milhões de dormidas em 2025, gerando cerca de 6,400 milhões de euros em proveitos. Cidades como Lisboa e Porto destacam-se com RevPAR’s (receita por quarto disponível) acima dos 100 euros, suportados por diárias médias robustas e taxas de ocupação superiores a 70%.
Por outro lado, segmentos de living — como residências sénior e de estudantes — continuam a revelar forte potencial, com ocupações acima dos 90%, apesar da oferta ainda insuficiente para responder à procura.
Habitação: vendas e preços em alta
No mercado residencial tradicional, as vendas cresceram cerca de 20%, apoiadas pela estabilização das mortgage rates e pelas medidas de incentivo ao segmento jovem. Maio e o início do último trimestre mostraram que os preços continuam a subir, embora a JLL antecipe uma moderação no ritmo de valorização em 2026 à medida que nova oferta entra no mercado e medidas como a redução do IVA na construção para 6% começam a surtir efeito.
Ainda assim, os preços médios de venda em 2025 mantêm níveis elevados, com Lisboa em torno dos 5.380€/m² e o Porto nos 3.711€/m², entre os mais altos da União Europeia.
Expectativas para 2026
Os responsáveis da JLL mostram-se confiantes quanto à continuidade da tendência positiva em 2026. A perspetiva de crescimento sustentável de investimento, ocupação e valorização de ativos decorre de fatores como:
Procura interna resiliente e elevado emprego;
Estabilidade de taxas de juro;
Interesse sustentado do capital internacional;
Mercado cada vez mais diversificado e competitivo.
Ainda assim, apesar de expectativas otimistas, a escassez de oferta — especialmente em industrial/logística e living — permanece um desafio estrutural e um dos principais limites à expansão mais acelerada.
:quality(80))
:quality(50))
:quality(50))
:quality(50))
:quality(80))