Entre abril e junho de 2025, a economia portuguesa voltou a dar sinais positivos. Segundo a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE), o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,6% face ao trimestre anterior e 1,9% em comparação com o mesmo período de 2024.
Este desempenho representa uma clara recuperação após a contração de 0,4% registada nos primeiros três meses do ano. A retoma deve-se essencialmente a dois fatores: o aumento das exportações de bens e serviços — que tinham caído no início do ano — e a recuperação do consumo privado, com as famílias a voltarem a gastar mais.
Por que isto é importante?
O crescimento económico tem reflexos diretos na vida dos portugueses. Pode traduzir-se em maior estabilidade no emprego, aumento da confiança dos consumidores e, em alguns casos, melhoria do poder de compra. Uma economia em expansão incentiva o investimento das empresas, fomenta a criação de postos de trabalho e gera um ambiente mais favorável para o consumo.
No entanto, nem todos os fatores contribuíram da mesma forma para este crescimento. A procura interna — que engloba o consumo das famílias e o investimento empresarial — teve um impacto mais moderado no crescimento homólogo. De acordo com o INE, o investimento cresceu, mas a um ritmo inferior ao registado no início do ano.
Em sentido contrário, a balança comercial contribuiu positivamente para a performance do PIB. As exportações cresceram mais do que as importações, reduzindo o défice externo e impulsionando o saldo da economia com o exterior.
E agora, o que esperar?
O crescimento trimestral ficou alinhado com as previsões dos analistas (entre 0,6% e 0,7%), e a aceleração homóloga reforça a perspetiva de um segundo trimestre mais robusto, após um início de ano mais fraco.
Se esta tendência se mantiver, o segundo semestre de 2025 poderá trazer mais confiança ao mercado, um reforço da atividade económica e melhores perspetivas para as famílias portuguesas — sobretudo se o consumo continuar a crescer de forma sustentada.