Reclamações nas comunicações aumentam 7% no 2.º trimestre

Susana Pedro Editor: Susana Pedro

A Anacom registou 25,9 mil reclamações no setor das comunicações no segundo trimestre de 2025, um aumento de 7% face ao mesmo período de 2024. A subida foi impulsionada sobretudo pelas queixas sobre comunicações eletrónicas, com destaque para o impacto da entrada da Digi no mercado.

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Segundo o relatório da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), o número de reclamações voltou a crescer, contrariando a tendência de descida que se verificava desde o início de 2023. Só no segundo trimestre de 2025 foram apresentadas 25,9 mil queixas escritas, das quais 17,1 mil referem-se a serviços de comunicações eletrónicas — um aumento de 12%.

A Anacom aponta a entrada da Digi no mercado, no final de 2024, como um dos fatores que justificam a subida, já que a operadora contabilizou 1,3 mil reclamações neste período.

Operadoras com mais queixas

  • Vodafone lidera a lista, com 5,4 mil reclamações, representando 31% do total e uma subida de 5%. Tem a maior taxa de reclamação entre as três principais operadoras: 1,9 por cada mil clientes.

  • NOS surge em segundo lugar, com 4,8 mil queixas (28% do total), embora tenha registado uma queda de 16% face a 2024. A sua taxa é de 1,7 por cada mil clientes.

  • MEO registou 4,6 mil reclamações (27%), com um aumento expressivo de 18%. É, no entanto, a operadora com a menor taxa de reclamação: 1 por cada mil clientes.

  • Digi, com apenas alguns meses no mercado, já representa 8% das queixas, o que equivale a 7,2 reclamações por cada mil clientes, uma das taxas mais elevadas.

  • NOWO destacou-se pelo crescimento mais acentuado, com 800 reclamações, um aumento de 131% face ao mesmo período de 2024.


Reclamações nos serviços postais

Enquanto as telecomunicações cresceram em queixas, os serviços postais registaram uma descida de 3%, com 8,8 mil reclamações (34% do total).

A maioria continua a incidir sobre os CTT, responsáveis por 82% das queixas (7,4 mil). A DPD surge em segundo lugar, com cerca de 600 reclamações (7%).

As razões mais frequentes foram a falta de tentativa de entrega no domicílio e a demora na resolução de falhas de serviço. A Anacom sublinha ainda que o “apagão elétrico” de abril terá contribuído para cerca de 1,8 mil reclamações adicionais, relacionadas com falhas no acesso a televisão, internet e telefone.


Susana Pedro
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