Setembro 2025: Qual será a tendência da EURIBOR?

Pedro-Castro Especialista: Pedro Castro
Susana Pedro Editor: Susana Pedro

Se tens um crédito habitação ou estás a pensar em adquirir um, certamente já ouviste falar da EURIBOR. Esta taxa de referência afeta diretamente a prestação da casa e, em 2025, continua a ser um tema central para as finanças das famílias portuguesas.

Qual será a tendência da Euribor?

Depois de um período marcado por subidas acentuadas, o ano de 2024 trouxe algum alívio com a inversão da tendência. Mas agora, em setembro de 2025, surgem novas dúvidas: será que a EURIBOR vai continuar a descer? Ou estamos perante um novo ciclo de estabilização? O que significa para a minha prestação da casa?

Neste artigo, exploramos os sinais do mercado, o impacto das recentes decisões do Banco Central Europeu (BCE) e o que podes esperar da tua prestação da casa nos próximos meses.

O que é a EURIBOR?

A EURIBOR (Euro Interbank Offered Rate) é a taxa média pela qual os principais bancos europeus se emprestam dinheiro entre si. Serve como referência para diversos produtos financeiros, incluindo a maioria dos créditos habitação em Portugal. As principais maturidades da Euribor são a 3, 6 e 12 meses.

Qual é a tendência da EURIBOR nos últimos anos?

A EURIBOR tem passado por várias fases:

  • 2015-2021 — Período de taxas negativas, com a EURIBOR a 12 meses a atingir mínimos históricos.

  • 2022 — Início de um ciclo de subidas, impulsionado por políticas monetárias mais restritivas para combater a inflação.

  • 2024 — A EURIBOR registou a maior descida anual desde 2012, terminando dezembro com uma média de 2,43%.

EURIBOR: onde estamos agora?

O verão de 2025 trouxe uma mistura de sentimentos na evolução da EURIBOR. Depois de várias descidas consecutivas desde o início do ano, agosto e setembro revelaram alguma estabilização e até ligeiras subidas nos diferentes prazos:

  • Janeiro de 2025 — Pequeno aumento, com a Euribor a 12 meses a fixar-se em 2,525%.

  • Fevereiro de 2025 — Retoma da descida para 2,407%.

  • Março de 2025 — Queda mais moderada, acompanhando o alívio das taxas do BCE.

  • Abril de 2025 — O padrão de descida manteve-se.

  • Maio de 2025 — Nova descida, mais suave, para cerca de 2,08%.

  • Junho de 2025 — A média da EURIBOR a 12 meses rondava os 2,06%, mantendo a tendência de alívio.

  • Agosto de 2025 — A EURIBOR a 12 meses situava-se em 2,147%, mostrando sinais de estabilização.

  • Setembro de 2025 — No início do mês, a EURIBOR a 12 meses subiu ligeiramente para 2,148%, enquanto os prazos de 3 e 6 meses também avançaram, para 2,074% e 2,086%, respetivamente.

Atualmente, a EURIBOR encontra-se assim em valores muito próximos dos mínimos do ano, mas com indícios de um possível fim da fase de descidas acentuadas.

Qual a taxa EURIBOR mais baixa?

A EURIBOR atingiu os seus valores mais baixos durante o período de taxas negativas entre 2015 e 2021. Historicamente, atingiu os valores mais baixos em 2021, chegando a:

  • EURIBOR a 3 meses: -0,57%

  • EURIBOR a 6 meses: -0,54%

  • EURIBOR a 12 meses: -0,50%

Desde então, o cenário mudou radicalmente. Após a subida abrupta de 2022 e 2023 — que levou a EURIBOR a 12 meses a ultrapassar os 4% —, assistiu-se a uma trajetória de descida ao longo de 2024 e na primeira metade de 2025. No entanto, em agosto e setembro de 2025 começaram a surgir sinais de estabilização e até ligeiras subidas, com a EURIBOR a 12 meses próxima de 2,15%, muito acima dos mínimos históricos, mas bem abaixo dos picos recentes.

A grande questão agora é se esta fase de descida está a terminar e se poderemos assistir a um novo ciclo de taxas estáveis ou até novamente em subida.

Para quando a descida das taxas de juro?

A descida da EURIBOR depende essencialmente da política do Banco Central Europeu (BCE). O BCE tem vindo a aumentar os juros para travar a inflação, mas espera-se que, se a inflação continuar a abrandar, o BCE reduza as taxas em 2025.

O que mudou em setembro?

O Banco Central Europeu teve um papel central no comportamento recente da EURIBOR. Em junho de 2025, concretizou o sétimo corte consecutivo na taxa de juro de referência, fixando-a em 2,04%. Esse movimento reforçou a tendência de descida das taxas interbancárias ao longo da primeira metade do ano.

No entanto, nos meses seguintes, a narrativa começou a mudar. Em setembro, o BCE manteve as taxas inalteradas pela primeira vez em mais de um ano, sinalizando uma pausa no ciclo de descidas. A decisão reflete um conjunto de fatores:

  • A inflação na zona euro continua a descer, mas permanece próxima dos 3%, acima da meta de 2%;

  • A economia europeia dá sinais de ligeira recuperação após a estagnação do início do ano;

  • Persistem incertezas geopolíticas e pressões nos preços da energia, que dificultam cortes adicionais.

Com este enquadramento, cresce a expectativa de que o BCE abrande o ritmo de descidas e adote uma postura mais cautelosa até ao final de 2025, o que poderá travar a tendência de queda da EURIBOR.

Quando vai baixar a prestação da casa?

Com a descida da EURIBOR, é esperado que as prestações dos créditos habitação indexados a esta taxa também diminuam.

Por exemplo:

Um crédito de 150.000 euros a 30 anos, com spread de 0,99%, pode representar hoje uma poupança mensal superior a 120 euros face ao valor pago em meados de 2023, quando a EURIBOR estava nos seus máximos recentes.

Em 2025, as revisões de taxa têm sido quase sempre favoráveis aos mutuários. Mesmo em setembro, apesar de o BCE ter interrompido o ciclo de descidas, muitas famílias continuam a sentir alívio financeiro em comparação com os picos registados entre 2022 e 2023.

Ainda assim, a velocidade da redução tende a ser mais lenta nos próximos meses, já que a EURIBOR está a estabilizar em torno dos 2%.

Qual a melhor taxa EURIBOR agora? (3, 6, 12 meses)

A escolha entre EURIBOR a 3, 6 ou 12 meses depende do teu perfil de risco e expectativas em relação às taxas de juro.

  • EURIBOR a 3 meses: Reflete mais rapidamente as variações do mercado.

  • EURIBOR a 6 meses: Oferece um equilíbrio entre estabilidade e atualização das taxas.

  • EURIBOR a 12 meses: Proporciona prestações fixas por um ano, sendo vantajosa em períodos de subida de taxas.

Com a tendência atual de descida mais moderada e sinais de estabilização em torno dos 2%, muitos especialistas defendem que a Euribor a 6 meses pode oferecer o melhor compromisso entre poupança imediata e previsibilidade.

Quando é a próxima reunião do BCE?

A próxima reunião do BCE será decisiva para consolidar as expectativas do mercado. Espera-se que não haja novos cortes na taxa de referência, mas sim uma comunicação mais clara sobre o rumo da política monetária para o segundo semestre.

Até ao final do ano, estão previstas reuniões nas seguintes datas:

  • 11 de setembro de 2025;

  • 30 de outubro de 2025;

  • 18 de dezembro de 2025.

Ficar atento a estas datas é essencial para quem pretende antecipar mudanças nas prestações da casa.

Setembro de 2025: sinal de estabilização?

As flutuações registadas no início de 2025 sugerem que a EURIBOR poderá estar a entrar numa fase de estabilização, com oscilações mais controladas e uma menor amplitude de variação.

Analistas apontam para três possíveis cenários até ao verão:

  1. Cenário otimista — A inflação continua a abrandar, permitindo ao BCE reduzir ainda mais as taxas, com impacto direto na EURIBOR.

  2. Cenário moderado (mais provável) — A inflação estabiliza, mas o BCE mantém as taxas entre os 2% e os 2,5% durante alguns trimestres.

  3. Cenário de risco — Eventuais choques externos podem inverter a tendência atual.

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Importante:

As informações apresentadas refletem os dados disponíveis até setembro de 2025 e podem ser ajustadas conforme a evolução do mercado financeiro.


Pedro-Castro
Pedro Castro
Head of Operations