Outubro 2025: Qual será a tendência da EURIBOR?

Susana Pedro

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Susana Pedro
Pedro-Castro

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Pedro Castro

Se tens um crédito habitação ou estás a pensar em adquirir um, certamente já ouviste falar da EURIBOR. Esta taxa de referência afeta diretamente a prestação da casa e, em 2025, continua a ser um tema central para as finanças das famílias portuguesas.

Qual será a tendência da Euribor?

Depois de um período marcado por subidas acentuadas, o ano de 2024 trouxe algum alívio com a inversão da tendência. Mas agora, em outubro de 2025, surgem novas dúvidas: será que a EURIBOR vai continuar a descer? Ou estamos perante um novo ciclo de estabilização? O que significa para a minha prestação da casa?

Neste artigo, exploramos os sinais do mercado, o impacto das recentes decisões do Banco Central Europeu (BCE) e o que podes esperar da tua prestação da casa nos próximos meses.

O que é a EURIBOR?

A EURIBOR (Euro Interbank Offered Rate) é a taxa média pela qual os principais bancos europeus se emprestam dinheiro entre si. Serve como referência para diversos produtos financeiros, incluindo a maioria dos créditos habitação em Portugal. As principais maturidades da Euribor são a 3, 6 e 12 meses.

Qual é a tendência da EURIBOR nos últimos anos?

A EURIBOR tem passado por várias fases:

  • 2015-2021 — Período de taxas negativas, com a EURIBOR a 12 meses a atingir mínimos históricos.

  • 2022 — Início de um ciclo de subidas, impulsionado por políticas monetárias mais restritivas para combater a inflação.

  • 2024 — A EURIBOR registou a maior descida anual desde 2012, terminando dezembro com uma média de 2,43%.

EURIBOR: onde estamos agora?

O verão de 2025 trouxe uma mistura de sentimentos na evolução da EURIBOR. Depois de várias descidas consecutivas desde o início do ano — reflexo das políticas mais cautelosas do Banco Central Europeu (BCE) e da desaceleração da inflação na Zona Euro — agosto e setembro revelaram um período de estabilização, com pequenas oscilações positivas nos diferentes prazos.

  • Janeiro de 2025 — Pequeno aumento, com a Euribor a 12 meses a fixar-se em 2,525%.

  • Fevereiro de 2025 — Retoma da descida para 2,407%.

  • Março de 2025 — Queda mais moderada, acompanhando o alívio das taxas do BCE.

  • Abril de 2025 — O padrão de descida manteve-se.

  • Maio de 2025 — Nova descida, mais suave, para cerca de 2,08%.

  • Junho de 2025 — A média da EURIBOR a 12 meses rondava os 2,06%, mantendo a tendência de alívio.

  • Agosto de 2025 — A EURIBOR a 12 meses situava-se em 2,147%, mostrando sinais de estabilização.

  • Setembro — Início do mês com ligeira subida: 2,148% a 12 meses, enquanto os prazos de 3 meses (2,074%) e 6 meses (2,086%) também avançaram.

Atualmente, em outubro de 2025, a EURIBOR encontra-se em valores muito próximos dos mínimos do ano, mas com indícios claros de que a fase de descidas acentuadas poderá estar a chegar ao fim.

A expectativa dos mercados é de manutenção das taxas nos próximos meses, à medida que o BCE adota uma postura de observação, equilibrando o controlo da inflação com o risco de abrandamento económico.

Qual a taxa EURIBOR mais baixa?

A EURIBOR atingiu os seus valores mais baixos durante o período de taxas negativas entre 2015 e 2021. Historicamente, atingiu os valores mais baixos em 2021, chegando a:

  • EURIBOR a 3 meses: -0,57%

  • EURIBOR a 6 meses: -0,54%

  • EURIBOR a 12 meses: -0,50%

Desde então, o cenário mudou radicalmente. Após a subida abrupta de 2022 e 2023 — que levou a EURIBOR a 12 meses a ultrapassar os 4% —, assistiu-se a uma trajetória de descida ao longo de 2024 e na primeira metade de 2025. No entanto, em agosto e setembro de 2025 começaram a surgir sinais de estabilização e até ligeiras subidas, com a EURIBOR a 12 meses próxima de 2,15%, muito acima dos mínimos históricos, mas bem abaixo dos picos recentes.

A grande questão agora é se esta fase de descida está a terminar e se poderemos assistir a um novo ciclo de taxas estáveis ou até novamente em subida.

Para quando a descida das taxas de juro?

Depois de um ciclo prolongado de subidas iniciado em 2022 para conter a inflação, o BCE começou finalmente a reduzir gradualmente as taxas diretoras ao longo de 2025, acompanhando o abrandamento sustentado dos preços na Zona Euro.

Os primeiros cortes ocorreram na primavera de 2025, o que ajudou a impulsionar as descidas da EURIBOR observadas até ao verão. No entanto, desde agosto, a tendência de descida perdeu força, com sinais de estabilização e até ligeiras subidas em setembro e outubro.

Atualmente, os analistas esperam que o BCE mantenha as taxas estáveis até ao final do ano, avaliando o impacto das reduções já implementadas antes de decidir novos cortes em 2026. Ou seja, as grandes descidas já ficaram para trás, e o foco está agora em perceber quanto tempo as taxas se manterão nestes níveis moderados.

O que mudou em outubro?

Depois de sete cortes consecutivos até junho de 2025, que fixaram a taxa de juro de referência em 2,04%, e de uma pausa em setembro, o BCE manteve a sua postura cautelosa em outubro, sem novos cortes nas taxas.

A decisão de não alterar as taxas reflete vários fatores:

  • A inflação na Zona Euro mantém-se estável em torno de 2,2%, próxima da meta do BCE;

  • A economia europeia apresenta sinais de recuperação moderada, com crescimento mais consistente e mercado de trabalho relativamente robusto;

  • Persistem incertezas geopolíticas e pressões nos preços da energia, que continuam a limitar margens para cortes adicionais.

Com este enquadramento, a expectativa do mercado é de que o BCE mantenha as taxas estáveis até ao final de 2025, travando momentaneamente a tendência de queda da EURIBOR.

Assim, as taxas interbancárias permanecem próximas dos mínimos do ano, mas já com sinais de possível estabilização e pequenas oscilações nos próximos meses.

Quando vai baixar a prestação da casa?

Com a descida da EURIBOR, é esperado que as prestações dos créditos habitação indexados a esta taxa também diminuam.

Por exemplo:

Um crédito de 150.000 euros a 30 anos, com spread de 0,99%, pode representar hoje uma poupança mensal superior a 120 euros face ao valor pago em meados de 2023, quando a EURIBOR estava nos seus máximos recentes.

Em 2025, as revisões de taxa têm sido quase sempre favoráveis aos mutuários. Mesmo em outubro, apesar de o BCE ter interrompido o ciclo de descidas, muitas famílias continuam a sentir alívio financeiro em comparação com os picos registados entre 2022 e 2023.

Ainda assim, a velocidade da redução tende a ser mais lenta nos próximos meses, já que a EURIBOR está a estabilizar em torno dos 2%.

Qual a melhor taxa EURIBOR agora? (3, 6, 12 meses)

A escolha entre EURIBOR a 3, 6 ou 12 meses depende do teu perfil de risco e expectativas em relação às taxas de juro.

  • EURIBOR a 3 meses: Reflete mais rapidamente as variações do mercado.

  • EURIBOR a 6 meses: Oferece um equilíbrio entre estabilidade e atualização das taxas.

  • EURIBOR a 12 meses: Proporciona prestações fixas por um ano, sendo vantajosa em períodos de subida de taxas.

Com a tendência atual de descida mais moderada e sinais de estabilização em torno dos 2%, muitos especialistas defendem que a Euribor a 6 meses pode oferecer o melhor compromisso entre poupança imediata e previsibilidade.

Quando é a próxima reunião do BCE?

A próxima reunião do BCE será decisiva para consolidar as expectativas do mercado. Espera-se que não haja novos cortes na taxa de referência, mas sim uma comunicação mais clara sobre o rumo da política monetária para o segundo semestre.

Até ao final do ano, estão previstas reuniões nas seguintes datas:

  • 30 de outubro de 2025;

  • 18 de dezembro de 2025.

Ficar atento a estas datas é essencial para quem pretende antecipar mudanças nas prestações da casa.

Outubro de 2025: sinal de estabilização?

As flutuações registadas no início de 2025 sugerem que a EURIBOR poderá estar a entrar numa fase de estabilização, com oscilações mais controladas e uma menor amplitude de variação.

Analistas apontam para três possíveis cenários até ao verão:

  1. Cenário otimista — A inflação continua a abrandar, permitindo ao BCE reduzir ainda mais as taxas, com impacto direto na EURIBOR.

  2. Cenário moderado (mais provável) — A inflação estabiliza, mas o BCE mantém as taxas entre os 2% e os 2,5% durante alguns trimestres.

  3. Cenário de risco — Eventuais choques externos podem inverter a tendência atual.

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Importante:

As informações apresentadas refletem os dados disponíveis até setembro de 2025 e podem ser ajustadas conforme a evolução do mercado financeiro.


Pedro-Castro
Pedro Castro
Head of Operations