Prefere comunicar via SMS e chamada ou as apps que existem para este efeito são a sua praia? Os serviços OTT englobam toda a transmissão de áudio, vídeo e outros sistemas de comunicação que são feitos através da utilização da Internet das operadoras de telecomunicações, mas que não são serviços, efetivamente, dessas operadoras. Neste artigo vamos explicar-lhe o que são os OTT e de que forma estão, ou não, a afetar a sua fatura de telecomunicações.
Se procura um pacote de telecomunicações com mais Internet móvel para utilizar estes serviços e navegar à vontade pela Internet, compare as ofertas disponibilizadas pelas operadoras e escolha o mais indicado para si.
Serviços OTT: em que consistem?
Os OTT (Over-the-top) são dos serviços mais utilizados pelos portugueses. A adesão a este tipo de serviços, aplicações e conteúdos tem vindo a aumentar devido à grande diversidade de produtos que possibilitam o acesso aos OTT, desde computadores, tablets e telemóveis, até à televisão lá de casa.
Existe, atualmente, uma substituição de certos serviços tradicionais por determinados serviços OTT, como é o caso das SMS. Por exemplo, são muitos os jovens que preferem enviar mensagens via OTT (por Messenger ou WhatsApp, por exemplo), pois assim conseguem saber quando os seus amigos estão online, sendo ainda possível enviarem vídeos ou imagens nessa mesma conversa, algo que não acontece gratuitamente com os tradicionais SMS.
Mas afinal, o que são os serviços OTT? Descubra quais os tipos que existem e rapidamente verá que também os utiliza.
OTT: uma diversidade de serviços à distância de um clique
Segundo a ANACOM, que apresenta um estudo de 2017 promovido pela Comissão Europeia, 44% dos utilizadores portugueses de Internet fizeram chamadas de vídeo ou voz pela Internet. No terceiro trimestre de 2016, de acordo com o Barómetro de Telecomunicações da Marktest, os utilizadores de telemóvel que efetuaram chamadas de voz pela Internet foram 26%.
Com o consumo de aplicações móveis e, no geral, da Internet a aumentar, as operadoras de telecomunicações adaptam as suas ofertas – desde disponibilizar maior quantidade de gigabytes para os consumidores e serviços OTT gratuitos até à criação dos seus próprios serviços deste género.
Por exemplo, existem tarifários de telemóvel que incluem, para os consumidores mais jovens, gigabytes gratuitos para certas aplicações móveis que permitem o envio de mensagens e a realização de chamadas de voz via Internet.
O tarifário WTF, da operadora NOS, disponibiliza 5 gigabytes (GB) exclusivos para YouTube e Spotify e o consumidor pode utilizar diversas apps sem gastar os seus dados móveis, como é o caso do Messenger, Skype, Facebook, Snapchat e Instagram.
Já o Moche, da MEO, oferece 5 GB exclusivos para utilizar em YouTube e Twitch. Possibilita ainda a utilização de diversas apps sem consumir dados móveis, como por exemplo Instagram, Facebook, WhatsApp, MEO Cloud e Spotify.
Por fim, o tarifário Yorn, da operadora Vodafone, também providencia 5 GB exclusivos para utilizar em YouTube e Twitch, disponibilizando a utilização sem consumo de dados móveis para inúmeras aplicações, estando incluídas o Facebook, Spotify, Apple Music e Snapchat.
Segundo os dados recolhidos pela ANACOM e em específico para os serviços OTT de aplicações e conteúdos, este tipo de serviços é mais utilizado pelo escalão etário que vai até aos 34 anos, com uma escolaridade mais elevada (ensinos secundário e superior).
Os OTT são divididos em 7 tipos, que agregámos nas seguintes 5 categorias:
- Redes Sociais;
- Comunicações Eletrónicas – aqui incluímos os OTT de Voz e Mensagens;
- Serviços Audiovisuais;
- Partilha e Armazenamento de Ficheiros;
- Motores de busca e Serviços de comércio eletrónico.
Conheça os diferentes tipos de OTT
1) Redes Sociais
Os OTT de Redes Sociais englobam todas as redes sociais, como é o caso do Facebook, Instagram, Snapchat, LinkedIn, entre muitas outras, que são acedidas via browser ou app.
O Barómetro de Telecomunicações da Marktest de 2016 revelou que, dos portugueses consumidores de Internet no telemóvel, cerca de 80% acedia às redes sociais. No caso dos consumidores de Internet fixa, os dados obtidos foram muito semelhantes.
2) Comunicações Eletrónicas
Este tipo de comunicação, feito através de OTT, é realizado por duas vias: VoIP (Voice over IP, isto é, chamadas através da Internet) e IM (Instant Messaging, ou seja, mensagens que se enviam via Internet).
As aplicações móveis mais utilizadas pelos portugueses para realizar este tipo de comunicações são: Messenger, Skype, Viber, WhatsApp e Hangouts.
As comunicações eletrónicas podem ser acedidas tanto através de aplicações móveis para smartphone ou tablet, mas também através do computador.
Independentemente do dispositivo utilizado, o envio de mensagens instantâneas pelos portugueses via Internet, em 2016, foi de cerca de 88%. No caso de chamadas via Internet, a penetração varia dos 73 aos 76 pontos percentuais.
3) Serviços Audiovisuais
Aqui distinguimos duas vertentes dos serviços OTT audiovisuais: através da Internet e através da Televisão.
Os serviços audiovisuais OTT via Internet mais utilizados pelos portugueses são o Youtube, o iTunes (da Apple) e o Spotify, que são mais direcionados para reprodução de música ou pequenos vídeos.
Relativamente à visualização de vídeos e a ouvir música, em 2016 a percentagem de consumidores portugueses de Internet no telemóvel que usufruía destes OTT era de 63% e de 44%, respetivamente. Os consumidores de Internet fixa detinham uma percentagem semelhante.
No caso dos serviços audiovisuais OTT via televisão, o Netflix, a FOXPlay e o NPlay (exclusivo da NOS) são os mais utilizados pelos portugueses e são direcionados para filmes e séries.
Este tipo de OTT, que normalmente é adquirido através de subscrição, surgiu em Portugal, em 2015, e todos os prestadores destes serviços já disponibilizam uma aplicação móvel para os utilizadores usufruírem do serviço através do tablet ou do smartphone.
Em 2016, apenas 2% dos portugueses subscreveram o Netflix e menos de 1% subscreveu os restantes serviços audiovisuais OTT. A baixa penetração destes serviços no nosso país deve-se ao facto de os portugueses estarem pouco dispostos a pagar por conteúdos online.
4) Partilha e Armazenamento de Ficheiros
A partilha e armazenamento de ficheiros através de OTT é feita pelas clouds – as mais conhecidas do público português são o Dropbox, o MEO Cloud (exclusivo da MEO), o NOS Share (exclusivo da NOS), o Google Drive e OneDrive (da Microsoft).
Em 2016, a partilha e armazenamento de ficheiros foi efetuada sobretudo através do computador (72,5%), predominantemente com recurso à Internet fixa.
5) Motores de busca e serviços de comércio eletrónico
O motor de busca mais usado pelos portugueses é o Google. Já relativamente aos serviços de comércio eletrónico, a plataforma que os portugueses mais utilizam é o OLX (que já disponibiliza aplicação móvel).
De todos os serviços OTT, a utilização de motores de busca e de serviços de comércio eletrónico é a que tem maior penetração nos consumidores portugueses, variando de 96 a 98 pontos percentuais.
Os consumidores ficam a ganhar com os OTT
A verdade é que os consumidores são os mais beneficiados nesta tríade (consumidores – operadoras de telecomunicações – prestadores de serviços OTT). Para além de usufruírem de preços mais baixos nos pacotes das diversas operadoras, ainda têm facilidade de utilizar os OTT em qualquer lugar, a qualquer hora e através de uma grande multiplicidade de dispositivos.
Para combater o avanço dos serviços OTT, as operadoras têm vindo a criar também os seus próprios serviços OTT. Para além disso, estão em constante melhoramento dos seus serviços, produtos e até redes. Desta forma, o consumidor ganha cada vez mais, pois tem cada vez mais inovações tecnológicas e serviços por preços mais atrativos.
Aproveite o que a sua operadora de telecomunicações lhe oferece e divirta-se com as mais diversas ofertas de serviços OTT.