O que é a etiqueta energética e como interpretá-la?

Susana Pedro Editor: Susana Pedro

Sabes escolher os eletrodomésticos mais eficientes para a tua casa? Aprende a fazê-lo através da interpretação correta da etiqueta energética.

Escolher eletrodomésticos para a casa é uma decisão importante, sobretudo se queremos fazê-lo de forma ponderada para poupar na fatura da luz. Mas como é que sabemos se estamos a fazer a melhor escolha? Os aparelhos eletrónicos têm uma etiqueta energética, exatamente para ajudar nessa decisão. Explicamos neste artigo como podes interpretar toda a informação.

O que é a etiqueta energética?

A etiqueta energética é uma ferramenta de apoio ao consumidor aquando da escolha de eletrodomésticos e de outros aparelhos consumidores de energia.

Este rótulo apresenta todas as características dos aparelhos que consomem energia para que possas compará-los e fazer uma escolha ponderada que vá ao encontro das tuas necessidades e implique um menor esforço financeiro.

A etiqueta energética é válida em toda a União Europeia e tem de ser utilizada, obrigatoriamente, em todos os Estados-membros. Esta não precisa de tradução, uma vez que é cada vez mais desenvolvida com base em símbolos e valores de consumo de energia. A etiqueta permite quantificar o desempenho energético e identificar o tipo de produto a que se refere, sendo facilmente interpretada em qualquer língua.

Sabe mais:

Em 2021 foi introduzida uma nova escala para classificar a eficiência energética dos aparelhos. Esta medida foi posta em prática no mercado e tem como objetivo tornar a informação mais clara para todos os consumidores.

Resumindo, a etiqueta energética atribui uma classe aos equipamentos, com base numa escala, consoante a energia que estes gastam no desempenho das suas funções.

Em que consiste a escala energética da etiqueta?

A nova escala energética tem 7 classes que vão da A à G, sendo que a primeira é a mais eficiente e a última a menos eficiente. Esta nova classificação veio substituir a escala anterior que subdividia a classe A em 4 categorias (A, A+, A++ e A+++).

No caso de eletrodomésticos de refrigeração um aparelho classificado como A+++ chegava a consumir até menos 30% do que um produto de classe A ou até mesmo menos 60%. Visto que as diferenças de eficiência entre estas categorias podiam ser bastante significativas, a escala da etiqueta energética mudou de forma a não induzir em erro os consumidores, já que a grande maioria dos eletrodomésticos situava-se entre as categorias da classe A.

Certificado EnergeticoAtravés da nova escala, é mais fácil interpretar a classificação de cada aparelho. Por exemplo, um produto que antigamente seria da classe A agora poderá estar classificado como classe D. Assim o consumidor pode mais claramente distinguir equipamentos de classes altas dos de classes intermédias.

A nova etiqueta energética apresenta também um formato renovado, com grafismos que permitem ao consumidor identificar facilmente as máquinas e aparelhos mais eficientes do mercado.

Sabe mais:

Que produtos têm esta classificação?

Esta etiqueta foi desenvolvida para identificar:

  • Produtos consumidores de energia, tais como equipamentos residenciais (frigoríficos, máquinas de lavar, etc.);

  • Produtos que, apesar de não utilizarem energia diretamente, influenciam o seu consumo, tal como, por exemplo, um reservatório de água quente;

  • Produtos com elevada penetração de mercado;

  • Produtos com elevado potencial de redução de consumo energético e impacto ambiental.

Aproveita para ler:

Como interpretar a etiqueta energética?

A etiqueta energética foi desenvolvida para ser única no Espaço Económico Europeu. Para tal, utiliza uma linguagem neutra com recurso a imagens e símbolos em vez de texto, de forma a que possa ser compreendida por todos os consumidores europeus.

Desta forma, um produto comercializado em Portugal deverá apresentar a mesma etiqueta energética que o mesmo produto comercializado em qualquer Estado-membro da Europa.

Existem produtos de diversas categorias e, por isso, a escala de eficiência energética e/ou os símbolos que constam da etiqueta energética podem variar. No entanto, existem elementos comuns a todas as categorias etiquetadas:

  1. Nome do fornecedor ou marca e identificação do modelo;

  2. Classe energética;

  3. Escala de eficiência energética que é representada através de setas coloridas, que distinguem a eficiência dos produtos, através de uma cor e letra associadas ao seu desempenho;

  4. Consumo anual de energia em kWh;

  5. Imagens que representam algumas das características dos produtos etiquetados.

Para além da etiqueta energética, também deve ser disponibilizada a ficha de produto. Este é um documento informativo, obrigatoriamente traduzido e apresentado na língua oficial do país no qual o eletrodoméstico é vendido.

Informa-te:

Onde encontrar a etiqueta energética?

Tal como o preço, a eficiência energética é um dos fatores de decisão na compra de um eletrodoméstico. Como tal, a etiqueta energética deve estar presente sempre que o produto é apresentado, seja na loja física, na loja online ou nos folhetos promocionais.

No caso de lojas físicas, cada produto exposto deve apresentar a etiqueta energética completa, de modo a que seja imediatamente visível para o cliente consultar.

Face aos produtos vendidos em embalagens, a etiqueta deve ser diretamente impressa ou colada nelas. Este é o caso das lâmpadas, cuja indicação da classe energética deve estar junto ao preço de venda no expositor, bem como constar na etiqueta energética completa, impressa na embalagem.

Na loja online, a classe energética deve ser indicada junto da ficha de características do produto e a etiqueta deve estar disponível para consulta através de uma hiperligação que permita visualizá-la.

Porque é tão importante prestar atenção à etiqueta energética?

Decerto que, algumas vezes, vezes temos tendência a escolher determinado produto apenas com base no preço – quanto mais barato, melhor, pois significa que estamos a poupar. No entanto, no que diz respeito a eletrodomésticos, esta nem sempre é a melhor prática.

Normalmente, o tempo médio de vida dos equipamentos mais baratos costuma ser inferior. Assim sendo, é provável que tenhas de voltar a gastar dinheiro noutro, mais cedo do que estavas a contar. Para além disso, consomem mais energia, representando um custo mais elevado ao final do mês, podendo acabar por não compensar o pouco investimento que fizeste.

Desta forma, é importante que analises a etiqueta energética de cada produto e compares vários consumos e preços. Assim, farás a escolha mais adequada às tuas necessidades financeiras e também energéticas.


Susana Pedro
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