Ponto de carregamento em condomínio: 5 coisas a saber

Com o aumento da utilização de veículos elétricos em Portugal, muitos enfrentam a questão de como instalar um ponto de carregamento na garagem. Embora possa parecer um processo complicado, a legislação portuguesa é clara e existem soluções que tornam esta decisão mais simples do que imaginas.

5 coisas a saber antes de instalar um ponto de carregamento no condomínio

Não te preocupes com nada, nós explicamos:

Instalar um carregador elétrico no condomínio é mais simples do que parece. Só precisa de comunicar à administração; ver se tens de assumir custos ou se podes optar por soluções coletivas; garantir instalação profissional e ainda a medição individual de consumos — podendo ainda beneficiar de incentivos estatais.

Cada vez mais pessoas optam por adquirir um veículo elétrico e, com isso, surge a necessidade de instalar um carregador na sua residência. Instalar um ponto de carregamento na garagem do teu condomínio pode parecer algo muito complexo, mas a lei é clara quanto aos direitos dos condóminos.

Descobre 5 coisas que deves ter em consideração antes de avançar com a instalação de um ponto de carregamento no teu condomínio:

1. A comunicação ao condomínio é obrigatória

A lei portuguesa, especificamente o Decreto-Lei n.º 90/2014, simplificou o processo de instalação de carregadores em edifícios residenciais. Como proprietário de um veículo elétrico, tens o direito de instalar um ponto de carregamento no teu lugar de estacionamento. No entanto, deves comunicar a tua intenção à administração do condomínio por escrito, com pelo menos 30 dias de antecedência.

O condomínio tem o direito em opor-se à instalação em casos muito específicos, como:

  • O prédio já ser detentor uma solução de carregamento que satisfaça as necessidades dos condóminos;

  • A instalação colocar em risco a segurança de pessoas ou bens;

  • A instalação comprometer a linha arquitetónica do edifício.

Se o edifício for antigo, pode ser necessário criar uma infraestrutura elétrica que possibilite a instalação do carregador elétrico, mas tal assunto deve ser discutido em assembleia.

2. A responsabilidade e os custos variam

Se for pedido do condómino

Uma das soluções técnicas para apartamentos é conectar os carregadores ao quadro de serviços comuns e optar por um sistema de balanceamento de cargas.

Neste caso, normalmente, o condómino interessado na instalação é quem assume todos os custos associados. Isto inclui o custo do equipamento (wallbox), a mão-de-obra, a infraestrutura elétrica necessária, e, claro, o consumo de energia. Por isso, é fundamental ter uma ideia clara do investimento e recorrer a uma empresa experiente neste tipo de instalações.

E se forem instalados pelo condomínio?

No caso de os pontos de carregamento serem instalados pelo condomínio, este passa a ser responsável pela infraestrutura de carregamento. Desta forma, assume também a gestão dos consumos efetuados.

O edifício pode ainda considerar implementar uma infraestrutura de carregamento coletiva através de um operador/instalador, de forma a garantir a máxima escalabilidade, e permitir a instalação de carregadores à medida que estes forem sendo solicitados pelos residentes.

Hoje em dia, já é possível encontrar esta solução no mercado, havendo inclusivamente uma oferta em que o próprio operador investe na implementação da infraestrutura, ficando o condomínio isento de qualquer custo e da gestão do próprio consumo da energia associada aos carregamentos.

Nestes casos, normalmente, os residentes que pretenderem usufruir da infraestrutura podem optar por comprar ou alugar o carregador e aderir ao serviço através de uma subscrição mensal.

3. Instalar um carregador é a melhor solução, mas a instalação deve ser profissional

Embora carregar um veículo elétrico numa tomada doméstica seja possível, carregar o carro através de um carregador é a solução mais segura, rápida e eficiente para o carregamento regular em casa.

A instalação de uma wallbox deve ser sempre realizada por uma empresa especialista, com eletricistas certificados, que garantam que todas as normas técnicas e de segurança são cumpridas.

4. A medição de consumo deve ser autónoma

Para evitar conflitos com o condomínio, é essencial garantir que o consumo de energia do teu carregador seja contabilizado de forma individual. Muitas soluções de carregamento já incluem plataformas e aplicações que permitem consultar estes consumos e até fazer a gestão remota do carregamento.

Atenção:

Não te esqueças de comparar os preços praticados pelos vários comercializadores de energia. As diferenças podem ser significativas, mas, ao usar o nosso simulador gratuito e independente, poderás encontrar a tarifa mais barata.

5. Existem incentivos

O Estado, através do Fundo Ambiental, tem disponibilizado apoios para a aquisição e instalação de carregadores de veículos elétricos. Estes apoios podem cobrir uma percentagem dos custos elegíveis, contudo, apresenta algumas limitações:

  • 80% do valor de aquisição do carregador (com IVA), até ao limite de 800 euros;

  • 80% do custo da instalação elétrica, até ao limite de 1.000 euros;

  • um carregador por condómino;

  • limite máximo de 10 carregadores por condomínio;

  • ligação do carregador à Rede Mobi.E.

Este ano, as condições foram divulgadas no início do ano, mas o número de incentivos disponíveis esgotou antes do prazo limite.

Carregar o carro elétrico num condomínio não é um bicho de sete cabeças

Por vezes, a instalação de pontos de carregamento em condomínios pode ser desafiante, mas acaba por ser muito benéfica para os utilizadores de veículos elétricos. Carregar o carro em casa é a opção mais económica e prática para quem necessita de fazer deslocações frequentes.

Com a informação correta e um especialista em instalações de soluções de carregamento, a instalação de um carregador no teu condomínio pode ser um processo simples e sem dores de cabeça!


Marina Bastos Pina
Marina Bastos de Pina
Especialista em soluções de carregamento