Mercado livre eletricidade ganha clientes mas consumo recua

Susana Pedro Editor: Susana Pedro

O mercado livre de eletricidade em Portugal aumentou o número de clientes em junho, mas registou uma quebra significativa no consumo. A EDP Comercial mantém a liderança, e no gás natural a tendência de crescimento é mais modesta.

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Em junho de 2025, o mercado livre de eletricidade em Portugal — onde os consumidores podem escolher livremente o fornecedor e a tarifa — continuou a ganhar clientes, mas registou uma quebra no consumo de energia.

Segundo dados da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), o mercado livre contou com mais de 5,7 milhões de clientes no final do mês. Este é um aumento de 9.560 clientes face a maio e 2,1% acima do valor registado no mesmo mês de 2024. Já o mercado regulado — no qual o preço é definido pela ERSE — perdeu 2.730 clientes, totalizando 829.104.

Apesar do aumento de clientes, o consumo no mercado livre foi estimado em 4.046 gigawatts-hora (GWh), o que representa uma descida de 7,3% face a junho de 2024. Para referência, 1 GWh equivale a um milhão de quilowatts-hora, suficiente para abastecer milhares de casas durante um mês.

No conjunto, o mercado livre foi responsável por 94,9% do consumo total de eletricidade registado em Portugal continental.

Quem lidera o mercado?

A EDP Comercial manteve a liderança no mercado livre, com 59,8% dos clientes e 37,2% do consumo total. No segmento industrial, a EDP detém a maior quota de consumo (26%), mas, entre os grandes consumidores, a liderança é da Iberdrola, também com 26% de quota.

Qual é o panorama do gás natural?

No mercado livre de gás natural, havia mais de 1,1 milhões de clientes em junho, um aumento modesto de 342 clientes face a maio. No mercado regulado, o número recuou em 631 clientes, ficando em 437.352.

O consumo global de gás natural foi de 2.506 GWh, cerca de 1% abaixo de maio e 3,5% inferior ao de junho de 2024. O mercado livre respondeu por cerca de 95% do consumo total.

No gás natural, a Galp manteve a liderança no segmento industrial (34,6%) e nos grandes consumidores (57,5%), enquanto a EDP liderou entre as pequenas e médias empresas (42,5%) e no segmento residencial (38,2%).


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