No entanto, essa visão grandiosa, impulsionada pela indústria, muitas vezes não se alinha com as necessidades reais dos consumidores. Este artigo pretende explorar a verdadeira importância do 5G, destacando as razões práticas e viáveis pelas quais esta tecnologia é relevante, enquanto desmistifica alguns dos exageros associados ao seu lançamento.
Hype vs. realidade
A promessa inicial do 5G incluiu velocidades de download extremamente rápidas e uma capacidade de rede muito superior. Contudo, a realidade é que a maioria dos consumidores não necessita dessas velocidades extremas e os investimentos para alcançar essas capacidades podem não ser, economicamente, viáveis. As aplicações do dia-a-dia, como streaming de vídeo, navegação na Internet e redes sociais, já são bem suportadas pelas redes 4G existentes e ainda mais consistentemente com a evolução natural para o 5G.
A verdadeira visão para o 5G
Muitas das inovações atribuídas ao 5G podem ser alcançadas com melhorias contínuas no 4G e no Wi-Fi. Além disso, o 5G foi promovido como essencial para o desenvolvimento de tecnologias emergentes, como carros autónomos e cidades inteligentes, mas esses cenários ainda estão distantes da implementação prática, muito em particular a tudo o que possa ter a ver com aplicações em tempo real.
Em vez de focar em velocidades altíssimas em áreas urbanas densas, uma visão mais pragmática do 5G é garantir uma ligação consistente e de qualidade em todos os lugares. Esta abordagem resolveria problemas de cobertura em áreas rurais e suburbanas, onde muitas vezes a ligação é inadequada. Aí, sim, faria a diferença.
Ligação consistente deve ser o caminho
Consistência na ligação é uma visão mais prática e benéfica. Esta abordagem pode ser alcançada combinando tecnologias existentes como 4G ou 5G e Wi-Fi, proporcionando uma experiência de utilizador melhorada, sem os custos exorbitantes associados às infraestruturas completas de 5G.
Em vez de se investir pesadamente em infraestruturas para alcançar velocidades de que a maioria dos utilizadores não precisa, as operadoras deveriam focar-se em expandir a cobertura e melhorar a qualidade do serviço nas áreas menos atendidas. Isso não só seria mais rentável, como também atenderia melhor às necessidades reais dos consumidores.
Economia e sustentabilidade da indústria
Outro ponto crítico é a sustentabilidade económica das operadoras de telecomunicações. Com receitas em declínio relativo ao PIB e uma pressão constante para reduzir preços, muitas operadoras podem achar difícil justificar os enormes investimentos necessários para uma implementação total do 5G. Portanto, uma abordagem mais sustentável seria priorizar melhorias incrementais e investimentos estratégicos em áreas que realmente beneficiem os consumidores.
Qual é então a verdadeira importância do 5G?
A verdadeira importância do 5G reside na sua capacidade de oferecer uma ligação mais fiável e acessível em todo o território, em vez de apenas focar em velocidades ultrarrápidas de que poucos realmente necessitam. A indústria deve ajustar a sua visão para algo mais pragmático, focando em melhorar a qualidade e a cobertura da rede para todos os utilizadores. Ao fazer isso, não só atenderá melhor às necessidades dos consumidores, como também assegurará a sustentabilidade económica a longo prazo.
Esta abordagem realista e prática da LigaT para o 5G pode não ser tão glamorosa quanto as promessas iniciais, mas é, sem dúvida, mais alinhada com as necessidades reais do mercado e com a viabilidade económica das operadoras. O futuro da conectividade depende da capacidade de adaptar as tecnologias existentes e desenvolver novas soluções de forma sustentável com emprego focado na experiência dos clientes.