A substituição do gás russo por gás natural liquefeito (GNL) está a tornar a Europa mais exposta a flutuações de mercado e poderá manter os preços elevados até 2027, alerta a Eurogas, entidade que representa o setor europeu do gás. Portugal é apontado como peça-chave na transição energética.
Aposta no GNL traz riscos até 2027
Após a quebra nas importações de gás russo devido à guerra na Ucrânia, a União Europeia passou a depender fortemente de GNL, sobretudo dos EUA. Esta mudança trouxe mais instabilidade, já que os carregamentos de GNL podem ser desviados consoante a procura global — por exemplo, na Ásia —, mantendo os preços entre 30 e 40€/MWh até à entrada em operação de novos projetos de liquefação, prevista para 2027-2029.
Cristian Signoretto, presidente da Eurogas, defende que as previsões da Comissão Europeia sobre uma queda de 50% no consumo de gás até 2030 são “irrealistas”.
Para a Eurogas, o gás continuará a ser essencial, sobretudo nos setores residencial e industrial, onde a substituição por eletrificação ainda enfrenta obstáculos técnicos e económicos.
Estará Portugal pronto para liderar a transição energética?
O apagão que afetou Portugal e Espanha em abril serviu de alerta: as turbinas a gás, como as da central da Tapada do Outeiro, foram essenciais para restaurar o fornecimento de energia, demonstrando a importância do gás na estabilidade da rede elétrica.
Portugal é destacado como um país com forte potencial para liderar a transição energética, graças ao acesso ao GNL, ao investimento em biometano e hidrogénio verde, e à abundância de fontes renováveis como o sol e o vento. A Eurogas defende que é necessário acelerar os investimentos e garantir apoio à procura para consolidar esta posição.
E o que isto significa para ti?
A transição energética vai impactar não só os mercados, mas também as decisões que cada um de nós toma no dia a dia.
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