Se estás a pensar comprar casa, este dado é importante: no primeiro trimestre de 2025, a diferença entre o preço médio pedido pelos vendedores e o valor médio procurado pelos compradores atingiu 67%, segundo um estudo do Imovirtual.
O que significa isto?
Preço médio anunciado: 387.000 euros
Preço médio procurado: 233.054 euros
Isto traduz-se num mercado onde os preços pedidos continuam bastante acima daquilo que os compradores estão dispostos — ou têm capacidade — para pagar.
Em que distritos o desfasamento é maior?
Lisboa: a diferença atinge 90%, com imóveis anunciados por 575.000 euros, enquanto os compradores procuram imóveis por cerca de 303.000 euros
Faro: o desfasamento é de 62%.
Setúbal: diferença de 58%.
Porto: os preços pedidos estão 53% acima do que os compradores procuram.
Mas nem tudo são más notícias. Há distritos onde os preços pedidos e procurados estão mais alinhados.
Onde a procura ultrapassa a oferta:
Castelo Branco: único distrito onde os compradores procuram imóveis mais caros do que os anunciados – procuram por 88.858 euros, mas os anúncios rondam os 85.333 euros (-1,75%).
Onde há mais equilíbrio:
Portalegre: diferença de apenas 3%.
Guarda: desfasamento de 6%.
Bragança: diferença de 15% entre o que se pede e o que se procura
E no arrendamento?
Também no arrendamento se sente um desfasamento entre o que os senhorios pedem e o que os inquilinos estão dispostos a pagar — embora a diferença não seja tão acentuada como no caso da compra de casa, continua a ter impacto nas finanças de quem procura uma solução para viver.
Lisboa volta a destacar-se como o distrito com o maior descompasso: os imóveis são colocados no mercado por valores bastante elevados, mas quem procura casa para arrendar aponta para preços significativamente mais baixos. A realidade repete-se, com maior ou menor intensidade, em outras zonas como Setúbal, Porto, Évora, Faro e até Viana do Castelo, onde os valores anunciados não acompanham a capacidade financeira da procura.
Por outro lado, há regiões onde o cenário se inverte. Em distritos como Portalegre, Bragança ou Vila Real, a procura é mais elevada do que a oferta disponível. Nestes casos, quem está à procura de casa para arrendar mostra-se disposto a pagar mais do que aquilo que está efetivamente no mercado — um sinal claro de escassez de oferta a preços acessíveis.
Apesar de o arrendamento ser uma alternativa para muitos, o mercado também está longe de estar equilibrado. Em várias zonas, as rendas continuam elevadas, e em outras, simplesmente não há oferta suficiente para responder à procura.