Queres comprar casa? 3 Erros a evitar no crédito habitação

Susana Pedro

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Susana Pedro
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Pedro Castro

Comprar casa é uma decisão importante, e escolher o crédito habitação certo é crucial. Neste artigo, explicamos-te o que ter em conta no crédito habitação e como fugir dos principais erros na sua contratação.

O que ter em conta no crédito habitação?

Comprar casa é uma das decisões mais importantes da vida — e escolher o crédito habitação certo é essencial para garantir estabilidade e poupança a longo prazo. Neste artigo, explicamos-te o que ter em conta no crédito habitação e os erros mais comuns que deves evitar antes de assinar o contrato.

Como escolher o melhor crédito habitação?

Escolher o melhor crédito habitação pode parecer uma tarefa complicada, mas não tem de ser. Existem vários fatores a considerar que podem ajudar a tomar uma decisão informada.

1. Escolher a taxa de juro

A taxa de juro é um dos elementos mais importantes no crédito habitação. Esta pode ser fixa, variável ou mista. Uma taxa fixa oferece estabilidade, pois não muda ao longo do tempo, ideal para quem valoriza a previsibilidade. Uma taxa variável pode ser mais baixa inicialmente, mas está sujeita às flutuações do mercado, o que pode ser vantajoso em períodos de taxas baixas mas ultimamente não tem sido favorável para o consumidor. A taxa mista combina elementos das duas.

2. Definir o prazo do empréstimo

O prazo do empréstimo é o tempo que vais demorar a pagar o crédito. Normalmente, pensamos num prazo de 30 a 40 anos, o máximo previsto pelo Banco de Portugal, mas na Europa há países onde o normal é um prazo mais curto, de 15 a 25 anos.

Para escolher, em primeiro lugar, avalia quanto podes pagar mensalmente. Isto porque um prazo mais longo reduz as prestações, tornando-as mais fáceis de suportar no dia a dia, mas o resultado são juros totais mais elevados. Por outro lado, um prazo mais curto, embora exija prestações mais altas, permite pagar menos juros no final. Podes simular vários cenários e comparar as opções, nesta calculadora:

Também é importante considerar a estabilidade do teu rendimento e planos futuros, como alargamento da família ou mudança na vida profissional, que podem afetar a tua capacidade de manter os pagamentos. Escolher o prazo certo envolve equilibrar o custo total do empréstimo com a tua capacidade de pagamento ao longo do tempo, garantindo que o compromisso financeiro seja sustentável.

3. Ver qual será o montante financiado

Os montantes financiados pelos bancos em crédito habitação dependem de vários fatores, incluindo o valor do imóvel e o perfil do cliente. Em geral, os bancos podem financiar até 90% do valor de avaliação do imóvel, sendo que o cliente deve disponibilizar no mínimo os restantes 10% como entrada inicial. No entanto, para imóveis destinados à habitação própria permanente, este valor pode variar conforme a situação financeira do comprador e as condições específicas do banco.

4. Ter em conta comissões e custos adicionais

Além dos juros, existem outras despesas associadas ao crédito habitação, como comissões de abertura, seguros obrigatórios e custos de avaliação do imóvel. Estes custos podem variar de banco para banco, por isso, é essencial tê-los em conta e compará-los.

5. Ver se há flexibilidade nas condições

Alguns bancos oferecem maior flexibilidade nas condições do crédito, permitindo amortizações antecipadas sem penalizações ou a possibilidade de renegociar o contrato. Este tipo de flexibilidade pode ser crucial em momentos de instabilidade financeira.

O que ter em conta no crédito habitação?

Quando estás a avaliar o que ter em conta no crédito habitação, há outros aspetos que não podem ser ignorados.

1. Taxa Anual Efetiva Global – A TAEG é um indicador que inclui todos os custos associados ao crédito, como juros, comissões e seguros. Este é o valor que melhor reflete o custo total do crédito e deve ser analisado cuidadosamente.

2. Seguros Obrigatórios – Os seguros de vida e multirriscos são geralmente obrigatórios. Enquanto o seguro de vida cobre o pagamento do crédito em caso de morte ou invalidez, o seguro multirriscos protege o imóvel contra danos.

3. Capacidade de Endividamento – Antes de avançar com o crédito, é fundamental calcular a tua taxa de esforço. Esta taxa representa a percentagem do rendimento mensal destinada ao pagamento de créditos.

Fórmula de cálculo:

Taxa de esforço = (Encargos financeiros / Rendimento Líquido Total do Agregado) x 100

4. Produtos Associados – Alguns bancos oferecem condições mais favoráveis em troca da subscrição de produtos adicionais, como cartões de crédito, contas ordenado ou seguros. Embora possam parecer vantajosos, é importante avaliar se estes produtos realmente acrescentam valor.

3 erros que não deves cometer ao comprar casa

Mesmo com toda a preparação, há erros que continuam a custar caro a muitos compradores. Estes são os principais a evitar:

1. Mudar de emprego

Os bancos privilegiam a estabilidade profissional. Se tiveste uma mudança recente de emprego, o teu pedido pode ser adiado ou rejeitado. O ideal é ter pelo menos 6 meses de vínculo efetivo antes de avançar.

E não penses em mudar de emprego durante o processo: poderá fazer-te voltar ao início do processo, e acarretar piores condições.

2. Comprar uma barata... mas degradada

Casas com preço atrativo podem esconder custos de obras elevados. Sem um orçamento rigoroso, podes acabar com uma dívida maior e um imóvel inacabado.

Se não tens experiência em reabilitação ou margem financeira para imprevistos, o melhor é evitar imóveis por recuperar.

3. Não conhecer todos os encargos associados a comprar casa

Além do crédito, há impostos e despesas obrigatórias que podem afetar o teu orçamento:

  • IMT (Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas) — pago uma vez antes da escritura.

  • IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) — pago anualmente.

  • Condomínio — obrigatório em prédios com propriedade horizontal. Pode ser mensal, trimestral ou semestral.

Comprar casa é um compromisso para décadas. Informa-te bem, evita armadilhas e garante que a tua decisão é sustentável a longo prazo.

Crédito habitação: como escolher?

A escolha do crédito habitação deve ser feita com base numa análise cuidadosa das tuas finanças pessoais e da oferta disponível no mercado. Aqui estão algumas dicas para simplificar o processo:

  • Comparar várias ofertas — Usa simuladores online e consulta várias instituições financeiras para encontrar a melhor proposta.

  • Negociar com os bancos — Não aceites a primeira proposta. Os bancos podem estar dispostos a negociar, especialmente se tiveres um bom histórico financeiro e contrapropostas.

  • Considerar a ajuda de um mediador — O processo parece muito complexo, e pode ser útil recorrer a uma plataforma que te ajude a encontrar as melhores condições. Esta, se for isenta como o ComparaJá.pt, acaba por te poupar no ponto anterior, negociando por ti e assegurando que encontras as melhores soluções.

Em resumo, escolher o melhor crédito habitação envolve a análise de vários fatores, desde as taxas de juro até às comissões e seguros. O que ter em conta no crédito habitação? Essencialmente, tudo aquilo que pode impactar o custo total do empréstimo e a tua capacidade de pagamento ao longo do tempo.


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Pedro Castro
Head of Operations