A taxa de esforço é um dos indicadores mais importantes quando se pensa em pedir um crédito, seja habitação, automóvel ou pessoal. Mas vai muito além de um número que o banco calcula — é um reflexo da tua saúde financeira e da capacidade do teu agregado familiar de gerir dívidas sem comprometer o dia a dia. Neste artigo, explicamos tudo, desde a definição e cálculo até estratégias práticas para reduzir a taxa de esforço e manter a tua estabilidade financeira.
O que é afinal a taxa de esforço?
A taxa de esforço é simplesmente a percentagem do teu rendimento líquido (ou do agregado familiar) que já está comprometida com créditos . Inclui:
Crédito habitação,
Crédito automóvel,
Crédito pessoal.
Não incluem despesas do dia a dia como água, luz, gás, telecomunicações ou alimentação. É, portanto, um indicador da tua capacidade de assumir novos compromissos financeiros.
Porque é importante?
Evita sobreendividamento;
Permite planear o orçamento familiar;
É crucial na aprovação de crédito pelos bancos;
Ajuda a avaliar se a tua dívida está dentro de limites seguros para o teu rendimento.
Qual é a taxa de esforço ideal?
Idealmente, esta taxa não deverá ser superior a 33%, ou seja, um terço do rendimento total do agregado familiar.
No caso de um crédito à habitação, pelo facto de se tratar de um empréstimo de um valor mais avultado, existe alguma liberdade para chegar a valores próximos dos 40%. Ainda assim, o Banco de Portugal não aconselha que concedam crédito com uma taxa de esforço superior a 50%.
Como calcular?
As despesas mensais referentes a eletricidade, água, gás e telecomunicações não são consideradas no cálculo da taxa de esforço. Contam apenas os encargos com prestações mensais de crédito (cartão de crédito, crédito pessoal, crédito automóvel).
Caso não tenhas um crédito à habitação, mas se estiveres a pagar por uma casa arrendada, este valor deverá ser incluído nas despesas com encargos financeiros.
Para calcular a tua taxa de esforço, ainda numa fase preliminar, basta executar o seguinte cálculo:
Taxa de esforço = (Encargos financeiros / Rendimento Líquido Total do Agregado) x 100
Simulador de taxa de esforço
Para a perceber se as tuas responsabilidades mensais com créditos se encontram dentro dos limites definidos, deverás proceder ao cálculo da tua taxa de esforço.
Poderás fazê-lo através do nosso simulador da taxa de esforço, que se encontra dividido em dois campos que tens de preencher: um relativo aos teus rendimentos e outro às tuas despesas mensais fixas com créditos.
1. Rendimentos mensais
Em primeiro lugar, e no que diz respeito aos teus rendimentos mensais, indica os seguintes valores:
O teu salário líquido, caso sejas trabalhador;
Os teus rendimentos de rendas, se fores proprietário de imóveis arrendados;
Pensões, no caso de seres pensionista;
Outros rendimentos mensais fixos, que só serão considerados para simular a taxa de esforço se forem declarados no IRS.
2. Encargos financeiros
De seguida, para simular a tua taxa de esforço, introduz os valores que tens a pagar por cada um dos créditos:
Habitação;
Automóvel;
Crédito pessoal ou Cartão de Crédito;
Outras despesas mensais fixas (estes podem ser valores associados a outras linhas de crédito, como cartões de fidelização de lojas).
Descarrega gratuitamente abaixo o nosso simulador da taxa de esforço:
O caso da Joana e do Rui
Vejamos o exemplo deste casal de 32 anos:
Rendimento líquido do agregado = 1.400 euros;
O casal contraiu um crédito pessoal no valor de 5 mil euros e tem um cartão de crédito com um plafond de mil euros. Ambos têm um total de encargos mensais de 220 euros (120 no crédito pessoal e os restantes 100 da prestação do cartão);
A taxa de esforço deste casal, segundo a fórmula acima indicada é de (220 / 1.400) x 100 = 15,7%.
O Rui e a Joana têm uma taxa de esforço bastante suportável face ao rendimento que auferem: abaixo de 33%.
Estratégias para reduzir a taxa de esforço
Quando a taxa de esforço é elevada, uma grande parte do rendimento do agregado é alocada ao pagamento de prestações de empréstimos bancários.
Caso a tua taxa de esforço para crédito habitação seja muito elevada, sugerimos:
Renegociar o crédito - Desta forma, poderás obter melhores condições e reduzir a tua taxa de esforço ao alargar o prazo de pagamento.
Transferir o teu empréstimo - Outra opção bastante comum para quem paga prestações da casa, de forma a encontrares melhores condições de financiamento noutra instituição.
Consolidar os teus créditos - Aconselhamos ainda a consolidar todos num só. Podes assim alargar o prazo de pagamento ou até reduzir a taxa de juro e ficarás a pagar apenas uma prestação mensal, o que contribuirá para melhorar a tua taxa de esforço. Consequentemente, ganharás mais flexibilidade na gestão do teu orçamento familiar.
Evitar novos créditos - Enquanto a tua taxa de esforço estiver alta, evita contrair novos empréstimos. Espera até estabilizares as tuas finanças.
Dicas finais para manter a taxa de esforço saudável
Evita contrair novos créditos sem necessidade;
Revê periodicamente o teu orçamento familiar;
Aproveita oportunidades de redução de juros, spreads ou prazos;
Considera mudanças na estrutura de dívida (consolidação ou transferência);
Mantém sempre uma margem de segurança para imprevistos.
Uma taxa de esforço controlada não é apenas útil para aprovação de crédito — é também um reflexo de estabilidade financeira, permitindo-te viver com mais tranquilidade e segurança.
Faz as contas antes de avançar — e lembra-te: quanto mais baixo o esforço, maior a tua margem para viver com tranquilidade.
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