No mercado livre de eletricidade, a maioria das pessoas opta por um preço fixo. No entanto, existe outra opção: contratar eletricidade a um preço indexado ao mercado OMIE, que varia consoante a oferta e a procura.
O que é o mercado indexado de eletricidade?
O mercado indexado de eletricidade é um modelo em que o preço da energia varia consoante a oferta e a procura no mercado grossista, nomeadamente no OMIE (Operador do Mercado Ibérico de Energia).
Diferente dos contratos com preço fixo, onde pagas sempre o mesmo valor por kWh durante um período determinado, no mercado indexado o preço da eletricidade oscila hora a hora. Isso significa que pode haver momentos em que pagas menos do que no mercado fixo, mas também há períodos em que o custo pode ser muito mais elevado.
Podemos imaginar o mercado indexado como um "mercado de ações de energia", onde os preços oscilam a cada hora. Isto significa que tanto pode trazer poupança em determinados momentos como custos mais elevados noutros.
Como são definidos os preços no mercado indexado?
O custo da eletricidade no mercado indexado é influenciado por vários fatores:
Geopolítica — eventos internacionais podem impactar os preços da energia.
Forma de produção de eletricidade — quanto maior a dependência de energias fósseis, maior o custo.
Condições climáticas — aumento da produção renovável (como energia hidráulica ou solar) pode reduzir os preços.
Por exemplo, em janeiro de 2025, devido à chuva abundante, as barragens produziram mais eletricidade, tornando o mercado indexado mais competitivo. No entanto, no verão, os preços podem subir devido a menores reservas hídricas e a maior procura de eletricidade, se a produção fotovoltaica não fizer a compensação.
O mercado indexado compensa?
Se olharmos para os anos anteriores, à exceção de 2024, existe tradicionalmente uma tendência de subida no mês de Fevereiro. Mas para avaliar se esta opção é vantajosa, é preciso comparar os custos reais.
Se estivesse no mercado indexado em Janeiro tinha poupado?
Se olharmos para a média de Janeiro de 2025, percebemos que o preço de kWh a pagar neste mercado é de 10 cêntimos. Este valor parece muito competitivo, no entanto, o preço muda a cada hora. Quanto mais consumo houver, mais cara será essa hora, como podemos ver no gráfico abaixo:
Os picos de preço encontram-se nas horas em que a maioria das pessoas consomem mais eletricidade. Como tal, muitas vezes poderemos acabar a pagar mais de 20 cêntimos por kWh.
Para além disto, existem alguns custos extra que teremos que ter em conta neste mercado (que estariam incluídos num preço fixo):
Preço base: 0,10 €/kWh
CGS (Custos de Gestão do Sistema da REN): 0,003 €/kWh
TAR (Custos de Acesso às Redes): 0,06 €/kWh
Perdas + GO (Comissão do comercializador): 0,01 €/kWh
Custo total mínimo: 0,173 €/kWh
Entretanto, no mercado fixo, conseguimos encontrar valores entre 0,15 e 0,16 euros/kWh, tornando-o uma opção mais estável e, muitas vezes, mais económica.
Se o preço do indexado subir para 0,20 euros/kWh, o custo total será de 0,273 euros/kWh, tornando o preço fixo muito mais atrativo.
Devo escolher um preço indexado ou fixo?
A escolha depende do teu perfil de consumo e da tua tolerância ao risco.
Escolhe o mercado indexado se:
Aceitas a possibilidade de pagar mais em meses de alta procura;
Queres beneficiar de preços mais baixos quando as condições de produção forem favoráveis.
Opta por preço fixo se:
Preferes estabilidade e previsibilidade nos custos;
Não queres estar dependente das oscilações do mercado;
O preço fixo atual é competitivo e oferecido por um período alargado (exemplo: 12 meses).
O mercado indexado pode ser uma opção interessante em certos momentos, mas também traz riscos. Se não quiseres fazer um acompanhamento diário da variação do preço no mercado de energia, então deves optar por um preço fixo, que é mais barato durante a maioria do ano. Analisa o teu perfil de consumo e faz uma simulação para tomar a melhor decisão!
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