Como investir: 5 aplicações financeiras que valem a pena

Susana Pedro Editor: Susana Pedro

Mesmo no contexto atual, é possível investir com segurança. Descobre 5 aplicações financeiras para gerar rendimento no momento que vivemos.

Aplicações Financeiras

Em 2025, o ambiente económico global está a evoluir: a inflação está mais controlada, as taxas de juro mantêm-se elevadas mas estáveis, e os mercados mostram sinais de recuperação moderada. Apesar das tensões internacionais persistentes e da volatilidade, o momento é oportuno para quem procura investir com estratégia.
Descobre 5 aplicações financeiras que vale a pena conhecer para gerar um rendimento extra com equilíbrio entre risco e segurança.

O que são aplicações financeiras?

Uma aplicação financeira não é mais que um investimento. Ou seja, é a compra de um ativo com o objetivo de gerar rentabilidade. As opções vão desde produtos mais conservadores, que oferecem menor risco e menor rentabilidade (como Certificados de Aforro ou de Tesouro) a produtos mais rentáveis e com maior risco, como ações e fundos. A escolha depende, essencialmente, do teu perfil de risco e horizonte temporal.

Os conceitos de risco e rentabilidade são proporcionais quando se trata de aplicações financeiras. Quanto maior o risco, mais rentável pode vir ser o investimento. Por outro lado, quanto menor o risco, menor o potencial de rendimento.

Quais as vantagens de escolher aplicações financeiras?

Em 2025, a economia global continua marcada por incerteza, com a inflação a manter-se nos 3,1% em Portugal (INE, junho 2025), apesar da estabilização das taxas de juro por parte do BCE. O EURIBOR a 12 meses ronda os 3,5%, tornando mais apelativas as aplicações de capital garantido.

Por outro lado, os mercados acionistas internacionais cresceram cerca de 8,2% no primeiro semestre de 2025 (MSCI World Index), refletindo alguma recuperação económica pós-crise inflacionista.

E, afinal, fazer aplicações financeiras durante uma crise não é assim tão incomum. Só nas últimas quatro décadas, a economia portuguesa passou por cinco recessões, algumas com uma duração de vários anos. Os períodos entre 2008-2009 e 2010-2013 estão naturalmente mais presentes na memória, mas o PIB português contraiu por outras 3 vezes desde 1980.

Embora existam benefícios em investir durante uma crise, os elevados riscos não podem ser ignorados. Nem todos os mercados recuperam, o que significa que há uma probabilidade de perder o dinheiro investido. Mas os riscos mais altos significam que as recompensas também serão maiores. Durante uma crise financeira, podes esperar que os investimentos sejam mais arriscados, mas potencialmente mais lucrativos, principalmente a longo prazo.

A chave para investir é seguir uma estratégia coerente e estar preparado para a manter durante vários anos. Descobre como o fazer com estas aplicações financeiras.

5 aplicações financeiras que vale a pena conhecer

Para investir, é sempre necessária alguma cautela e aproveitar oportunidades para adquirir ativos de elevada qualidade a bom preço. Descobre como o fazer com estas 5 estratégias.

1. Investimento Imobiliário

O investimento imobiliário, um dos mais comuns entre os investidores portugueses e apresenta vários benefícios. O valor dos imóveis em Portugal tem vindo historicamente a aumentar a um ritmo muito superior à inflação. E, adicionalmente, gera um rendimento estável através do aluguer.

Vale a pena saber:

Apesar da subida das taxas de juro nos últimos anos, o mercado imobiliário português cresceu 6,7% em valor mediano por m² no primeiro semestre de 2025, segundo dados do INE. O arrendamento continua em alta, com rendimentos brutos a rondar os 4,5% nas principais cidades.

Assim que o valor dos imóveis começar novamente a subir, poderá vender com lucro. Pode também investir em empresas de gestão de fundos de investimento imobiliário, onde apenas tens de colocar o teu dinheiro, em fundos com maior ou menor risco, e a gestão é feita por uma empresa.

2. Ações Blue-Chip

Se vai fazer uma aplicação financeira em ações, é importante escolher empresas de alta qualidade (Blue-Chip) com modelos de negócio sólidos, vantagens competitivas únicas e, de preferência, barreiras à entrada significativas. São estas as organizações mais capazes de lidar com períodos prolongados de recessão no mercado.

As empresas com um balanço sólido, poucas dívidas e fluxos de caixa saudáveis, tendem a sair melhor das crises do que organizações com muita alavancagem operacional (dívida) e menores fluxos de caixa. Uma empresa com estas características tem maior probabilidade de conseguir financiar as tuas operações, apesar da economia difícil.

Tendência 2025:

Ações como Apple, Microsoft, Nestlé e Johnson & Johnson continuam a ser líderes em estabilidade e crescimento. O índice EuroStoxx 50 registou um aumento de 7,4% nos primeiros 6 meses de 2025, e as Blue-Chips continuam a ser as preferidas dos investidores conservadores com foco no longo prazo.

3. Empresas de produtos básicos

Mesmo durante as recessões, os consumidores precisam de continuar a comprar alimentos, medicamentos, bebidas, utensílios domésticos e produtos de higiene. São alimentos básicos de consumo e os últimos itens a serem cortados do orçamento familiar.

Esta é, historicamente, uma das áreas mais seguras no mercado de ações durante uma crise. Já as empresas que vendem artigos de luxo ou que não são de primeira necessidade – por exemplo, SmartTVs ou automóveis – tendem a sofrer quebras de receita.

Toma nota:

O setor de consumo básico (Consumer Staples) cresceu 5,3% no primeiro semestre de 2025, e continua a apresentar volatilidade baixa e distribuição de dividendos regulares, o que o torna atrativo num contexto de incerteza.

As empresas de consumo básico, como a Johnson & Johnson, Procter & Gamble ou Walmart, tendem a pagar dividendos, o que fortalece o seu perfil defensivo. Existem fundos que investem estritamente em empresas de consumo básico, o que os torna um excelente exemplo de aplicação financeira para períodos de crise.

4. Empresas que pagam dividendos

Para os investidores, a aposta em empresas que pagam dividendos traz vários benefícios. Em primeiro lugar, se uma empresa tem um longo histórico de pagamento e aumento de dividendos, tem maior probabilidade de ser financeiramente sólida e poder sobreviver a ambientes económicos adversos.

Em segundo lugar, mesmo com a queda dos preços das ações, o investidor ainda mantém alguma rentabilidade, através dos dividendos.

Tendência 2025:

Em 2025, o dividend yield médio das empresas do S&P 500 está em 1,6%, mas muitos ETFs de dividendos oferecem rentabilidades superiores a 3,5%, como o Vanguard High Dividend Yield ETF (VYM). A preferência por ações com distribuição regular aumentou devido à incerteza nas obrigações.

Por estas razões, as ações com dividendos tendem a superar as ações sem dividendos durante as desacelerações do mercado.

5. Metais preciosos

Os metais preciosos, como o ouro tendem a ter um bom desempenho durante as desacelerações do mercado. Mas, como a procura costuma aumentar, os preços também sobem. Por isso, os metais preciosos são um bom investimento não durante a recessão, mas sim em períodos de prosperidade como forma de antecipação e diversificação.

Valor de referência em 2025:

O ouro valorizou cerca de 9,1% nos primeiros seis meses de 2025, atingindo os 2.470 USD por onça, devido a tensões geopolíticas e à procura como ativo de refúgio. Também a prata e o paládio registaram ganhos interessantes.

É possível investir em metais preciosos de várias maneiras diferentes. O caminho mais simples é comprar moedas ou barras de ouro. Se procura obter outras formas de exposição aos metais preciosos, com direito a dividendos e mantendo a liquidez, pode investir em ETFs ou fundos de investimento de empresas mineiras ou outras organizações relacionadas com o universo do ouro.


Susana Pedro
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