Que garantias bancárias podem ser exigidas no crédito à habitação?

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Garantias bancárias

Ao pedir um crédito à habitação existem algumas garantias bancárias que as instituições financeiras exigem para que o empréstimo seja aprovado. Já não basta ter um emprego estável ou uma reduzida taxa de esforço, agora os bancos pedem mais algumas garantias para um crédito à habitação.

Vamos explicar exatamente quais são estes requisitos que são feitos por parte das instituições financeiras para que não veja o seu pedido de crédito recusado. Aliando estas garantias à sua estabilidade financeira, verá que consegue que o empréstimo seja aprovado. Mas antes, deve ter um crédito que seja adequado às suas necessidades e capacidade de pagamento.

Garantias bancárias: o que são e quais lhe podem ser exigidas?

Já passou o tempo em que os bancos cediam empréstimos sem exigir muitas garantias bancárias aos seus clientes. Atualmente, e especialmente após a crise financeira, as instituições bancárias começaram a pedir algumas garantias para se conseguirem proteger contra o incumprimento do pagamento do crédito à habitação.

As garantias bancárias são, então, estratégias que os bancos têm para se precaver e, caso o cliente deixe de pagar as prestações do seu empréstimo, consigam de alguma forma reaver o montante que foi emprestado.

1) Entrada inicial: garante que tem dinheiro para pagar

Uma garantia bancária que poderá dar ao banco no qual quer fazer o crédito à habitação é a de ter um montante de parte para dar como entrada inicial no pagamento do imóvel. A entrada inicial é a diferença do montante total do empréstimo com o Loan-to-Value (LTV).

Por exemplo, se quiser adquirir um imóvel de 150 mil euros, com um LTV de 80% (as entidades financeiras disponibilizam, por norma, até 80% do valor da habitação), a entrada inicial que deverá ter disponível é de 20%. Logo, o montante para a entrada inicial será de 30 mil euros.

Desta forma, será mais favorável conseguir ter o seu crédito aprovado, pois a instituição financeira compreende que tem um montante disponível guardado para utilizar como entrada inicial.

Se tem dinheiro disponível para essa situação, em princípio será uma pessoa que gere bem as suas finanças pessoais e será capaz de cumprir com o pagamento das prestações mensais.

2) Garantia de imóveis

O requisito de hipoteca por parte da instituição bancária é um dado adquirido. Deverá constituir uma hipoteca sobre o imóvel a ser financiado, para que, caso deixe de pagar o empréstimo, o banco possa reaver o valor do mesmo.

Assim, os bancos pedem, muitas vezes, uma hipoteca sobre a habitação – sendo que esta poderá ser o imóvel adquirido, construído, poderá ser sobre as obras do imóvel (caso tenham sido financiadas pelo empréstimo) ou até mesmo o terreno sobre o qual incide o empréstimo.

Se não cumprir com o pagamento do empréstimo, a instituição bancária na qual contraiu o crédito à habitação poderá iniciar um processo judicial para recuperar o valor do crédito e, em última instância, ser-lhe-á retirada a habitação, visto que esta é uma garantia bancária do financiamento.

3) O Seguro de Vida é obrigatório

Como reforço da hipoteca, é habitual os bancos exigirem a subscrição de um Seguro de Vida como garantia bancária, tanto para o cliente como para o seu cônjuge, se for o caso, que cubra a totalidade do valor do empréstimo.

O Seguro de Vida inclui, normalmente, as coberturas de invalidez e morte. Este garante a liquidação da dívida do crédito no caso de o titular do seguro ficar incapacitado para trabalhar ou no caso de morte do mesmo.

O cliente do crédito à habitação pode escolher uma seguradora para adquirir este tipo de seguro e a instituição financeira tem o dever de informar a entidade seguradora relativamente à evolução do valor em dívida, para que a mesma atualize o capital seguro.

4) Garantia de outros imóveis

Existe uma opção relativamente à garantia hipotecária: esta poderá ser atribuída a outro imóvel que não o correspondente ao crédito à habitação, desde que seja um imóvel livre de encargos ou outras hipotecas.

No caso de ser outro imóvel a cobrir a garantia de hipoteca, as instituições bancárias pedem uma avaliação desse mesmo imóvel para perceberem se o valor do mesmo é semelhante ao montante do empréstimo. Caso não seja do mesmo valor do imóvel a adquirir, a garantia hipotecária deverá ser parcialmente coberta pelo imóvel do crédito pedido.

Por exemplo, se desejar comprar uma casa avaliada em 120 mil euros, mas porventura já tiver uma casa de férias avaliada em 80 mil euros, pode fazer a hipoteca da habitação que quer adquirir sobre a casa de férias.

Neste caso concreto, assumindo que o banco apenas financia 80%, é realizada uma hipoteca de 100 mil euros sobre a casa de férias (que é dada como garantia) e os restantes 20 mil euros farão parte da hipoteca do imóvel a adquirir. É assim possível constituir uma hipoteca parcial ou total de um imóvel que já se tenha para comprar outro.

5) Ter um fiador para o seu crédito à habitação

Uma das garantias bancárias mais comuns requeridas pelos bancos é a existência de um fiador para o crédito à habitação. Sendo este tipo de crédito, por norma, de montantes elevados, a instituição bancária necessita de ter uma garantia de que alguém irá pagar o crédito, caso a pessoa que o adquira não cumpra com o pagamento.

Assim, o fiador é responsável pelo pagamento do empréstimo, caso o cliente entre em incumprimento. Embora os devedores entrem primeiro em negociações com a instituição financeira, a verdade é que, se o pagamento não for feito, o fiador é responsabilizado para responder à dívida em questão.

Outras recomendações para conseguir um empréstimo à sua medida

Para além destas garantias bancárias, deverá ter em consideração outros aspetos importantes: desde taxas de juro a escolher, comissões bancárias e outros custos associados ao crédito à habitação que existem, negociação do spread ou até mesmo as modalidades de pagamento de prestações que estão disponíveis.

Aconselhamos, então, a comparar os créditos à habitação que existem disponíveis no mercado e a escolher o que melhor se adequa às suas necessidades de financiamento.

Rute Claro

Sobre Rute Claro

Formada em Gestão de Marketing, a Rute especializou-se em Comunicação, Marketing e Publicidade. Através do gosto que tem pela escrita, pretende demonstrar aos portugueses que os produtos e serviços financeiros não são um bicho de sete cabeças e que é, de facto, possível poupar.

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