Investimentos financeiros: 10 dicas para começares

João Melo Especialista: João Melo
Susana Pedro Editor: Susana Pedro

Gostavas de começar a investir, mas não sabes como? Aqui estão 10 dicas sobre investimentos financeiros para entrares neste mundo.

Muitas pessoas ouvem falar em investimentos financeiros toda a vida, mas nunca se atrevem a dar o primeiro passo. Outros acham que isso é apenas para pessoas abastadas ou só para quem já é expert nesse campo. Contudo, existem alguns produtos e ferramentas simples que qualquer pessoa pode usar para dar os primeiros passos neste tipo de investimentos. Conhece 10 dicas para começares.

Investimentos financeiros: pôr o dinheiro a trabalhar para ti

Fazer investimentos financeiros é uma forma de fazer o dinheiro crescer ao longo do tempo e evitar que a inflação e o aumento do custo de vida devorem as poupanças. Apesar de 1 euro hoje continuar a ser 1 euro daqui a 10 anos, aquilo que podes comprar com esse valor será, certamente, muito diferente.

Assim, investir é uma forma de obter um rendimento passivo adicional. Existem inúmeras estratégias e abordagens, das mais simples às complexas, para todos os perfis de risco, horizontes temporais e níveis de experiência. Por isso, se gostavas de dar os primeiros passos em investimentos financeiros, há sempre formas de o conseguires.

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Se nunca investiste, sabe o que deves considerar para constituires o teu portfólio de investimento. Toma nota destas 10 dicas.

1. Lê livros de investimento

O primeiro e um dos melhores passos a tomar antes de começares a investir é reforçar a tua literacia financeira. É importante obteres, em primeiro lugar, conhecimentos base sobre os principais conceitos, modos de funcionamento, riscos e expectativas dos investimentos. Desta forma, não só te vais familiarizar com os termos técnicos, como perceber um pouco melhor os fatores que podem levar às flutuações do mercado.

Se procuras inspiração, podes começar por 3 livros fundamentais: “Pai Rico, Pai Pobre”, de Robert T. Kiyosaki, que desafia o pensamento mais comum sobre o dinheiro e finanças pessoais, contrariando a sabedoria convencional. “O Pequeno Livro do Investimento”, de John C. Bogle, oferece um conhecimento profundo, mas acessível, sobre o mercado financeiro. Por fim, “O Investidor Inteligente”, de Benjamin Graham, combina educação financeira, conhecimento do mercado e uma visão de longo prazo.

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Além disso, podes também seguir e ler websites de finanças pessoais, como o Blog do ComparaJá, para aprender ao máximo com especialistas e avançar, por tua conta, no conhecimento sobre investimentos financeiros.

2. Define a tolerância ao risco

Dado que qualquer investimento financeiro implica sempre alguma probabilidade de perda, é importante perceberes o nível de risco que estás disposto a correr. Existem várias tipologias de ativos no mercado, de ações a obrigações, fundos de investimento ou metais preciosos – todos com níveis de risco e rentabilidade diferentes.

Assim, determina a tua tolerância ao risco – tendo sempre em mente, contudo, que o dinheiro a investir não te deve fazer falta no imediato. A partir daí, podes definir a tua visão de investimento e orientar as tuas escolhas.

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3. Determina os objetivos de investimento

Os teus objetivos financeiros podem ser de várias ordens, o que se reflete no tipo de investimento a fazer. Procura uma apreciação rápida do capital (com maior risco) ou a preservação? Podes começar com objetivos mais prudentes e depois avançar para metas mais ambiciosas de crescimento pessoal.

Define o que te leva a querer investir, seja comprar uma casa, financiar a reforma ou apenas acumular mais riqueza. Os objetivos podem mudar ao longo do tempo, pelo que os deves rever periodicamente para manteres o foco.

4. Estipula quanto estás disposto a perder

Nesta fase, é importante decidires o valor que queres usar para começares a investir. Tem sempre em mente que o dinheiro que investires não te deve ser necessário, pelo menos, durante os 5 anos subsequentes.

Assim, não deves aplicar, por exemplo, o teu fundo de emergência, ou o que reservaste para as férias do próximo ano. Nota ainda que, dependendo do veículo escolhido, existe a probabilidade de perderes todo o capital investido. Tem sempre em mente que as perdas não acontecem só aos outros – mesmo especialistas perdem dinheiro com investimentos.

Definir o teu próprio orçamento para o investimento financeiro é importante para saberes o tipo de ativos que vais comprar, dado que os preços variam muito. Por exemplo, o preço das ações blue chip (de marcas reputadas como Apple ou Microsoft) podem requerer um investimento avultado.

Se tens um orçamento pequeno, talvez seja melhor considerares ETF (Exchange Trade Funds), fundos de investimento em que é possível comprares uma participação reduzida. Se, por outro lado, puderes dispor de uma maior quantia e tiveres um horizonte de longo prazo, podes considerar fundos de ações.

5. Determina a tua abordagem ao investimento

Considera agora como começares a investir. Desejas ter uma participação mais ativa? Preferes delegar a gestão a consultores especializados? Se estiveres confiante sobre o teu conhecimento e capacidade de investimento, podes fazê-lo por conta própria.

Contudo, se é uma área que não dominas, é mais prudente contares com aconselhamento especializado, e delegares decisões de investimento e gestão de portfolio a corretores experientes. Recorrer a apoio implica sempre despesas com comissões, mas não deixes que isso seja um fator de exclusão. Afinal, o importante é o resultado líquido no final e o valor que efetivamente ganhas, após deduzidas as comissões e impostos.

Existem ainda plataformas online que permitem começares a fazer investimentos financeiros sem que isso exija muitos conhecimentos de finanças. O processo é tão fácil quanto escolheres o montante a investir e selecionares o nível de risco – e a automação tomará por si todas as decisões de investimento.

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6. Foca-te em investimentos de longo prazo

Quando começares a investir, o recomendado é não olhares para os números. Pode parecer uma contradição, mas é bom evitares a tentação de verificares compulsivamente o comportamento do portfolio e tomares decisões a quente. Isto porque, para os investimentos principalmente no mercado de ações, é pouco relevante o que acontece no dia a dia – o importante é a média de longo prazo que as ações proporcionam.

Lembra-te que o mercado estará em alta alguns anos, e noutros poderá estar em baixa. Contudo, a perspetiva a longo prazo é uma das melhores maneiras de aumentares o património. Assim, privilegia a evolução ao longo dos anos em vez de ganhos a curto prazo.

7. Compara custos e recursos

Como seria de esperar, contares com a ajuda especializada, quer de consultores ou ferramentas de automação, implica comissões de gestão, negociação e acompanhamento. Por isso, é importante fazeres o trabalho de casa para avaliares quais as condições mais vantajosas de cada corretora.

Verifica, além do preço, os benefícios adicionais que possam estar envolvidos, como acesso a pesquisas de investimento, ferramentas educacionais ou outros recursos que acrescentem valor.

Não deixes de, em primeiro lugar, experimentar a plataforma antes de comprometeres qualquer quantia. Sempre que possível, testa uma versão demo para avaliares a facilidade de utilização e teres uma primeira abordagem ao seu funcionamento.

8. Escolhe a conta de investimento

Tomados os passos anteriores, agora é altura de começares a concretizar. Escolhe o tipo de investimento que melhor se adequa aos teus objetivos e perfil de risco. Os fundos de investimento mais comuns são Ações, Obrigações, Fundos Mistos, ETF (Exchange Traded Fund) ou REIT (Real Estate Investment Trust).

Por exemplo, a tua idade pode ser um fator a considerar na hora de escolheres a tua conta de investimento. Se fores jovem, as ações e ETFs podem ser uma boa opção, na medida em que tens décadas pela frente para enfrentares as oscilações no mercado.

Caso contrário, investimentos com renda fixa, estável e previsível, como Obrigações, poderão ser mais seguros. Ainda, se o teu objetivo for a preparação para reforma, podes considerar Fundos Mistos, que te permitem obter exposição a várias ações ou ativos diferentes de uma só vez.

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9. Diversifica o investimento

Como diz a sabedoria popular, “não coloques os ovos todos no mesmo cesto”. Em poucas palavras, diversificar o investimento reduz o risco de ficares exposto à rentabilidade negativa de uma só escolha.

Assim, quando um investimento apresentar um baixo desempenho, o impacto será menor, na medida em que pode ser diluído pelo desempenho positivo de outros. Desta forma, o teu portfolio geral de investimentos fica mais protegido.

Um bom exemplo de um investimento diversificado são os ETFs. Por natureza, tendem a possuir um grande número de ações e ativos diferentes, em variadas proporções – o que é mais seguro do que investires apenas numa única ação ou setor.

10. Reavalia os teus investimentos

Uma vez investido, investido para sempre? Apesar de a recomendação ser investir a longo prazo, isso não significa que as ações devam ser esquecidas. Assim, os investimentos devem ser reavaliados periodicamente para determinar se continuam a ser boas opções para ti.

Esta dica é especialmente importante em alturas de retração económica. Nestes momentos, é importante reveres a estratégia e o portfolio e tomar as decisões para o próximo ciclo de investimento.

Com estas 10 dicas para investimentos financeiros, estás em melhores condições para fazer bons investimentos financeiros, ao longo do tempo. Lê, pesquisa, informa-te, define o teu próprio perfil, conhece os custos e riscos associados e começa a dar os primeiros passos.


João Melo
João Melo
Especialista Crédito Habitação