Os trabalhadores por conta de outrem vão ter um alívio no IRS ainda em 2025. O Governo prepara alterações às tabelas de retenção na fonte, o que se traduzirá em salários líquidos mais elevados nos últimos meses do ano.
A medida insere-se na promessa feita durante a campanha pela Aliança Democrática (AD), de reduzir o IRS em dois mil milhões de euros ao longo da legislatura. Desses, 500 milhões deverão ser aplicados já em 2025, com impacto direto nos vencimentos mensais, e não apenas no reembolso do IRS em 2026.
Nova retenção na fonte pode entrar já em setembro
Segundo fonte oficial do Ministério das Finanças, o objetivo é implementar novas tabelas de retenção que devolvam aos contribuintes cerca de 500 milhões de euros ainda este ano. A data exata dependerá da aprovação no Parlamento, mas o modelo poderá seguir o exemplo de 2024, com efeitos já a partir de setembro.
Nesse cenário, os trabalhadores beneficiariam de retroativos nos primeiros meses da aplicação e passariam a receber salários líquidos mais altos a partir de novembro, somando cinco meses consecutivos de ganhos (incluindo o subsídio de Natal).
Quanto posso ganhar?
Ainda não foram divulgadas simulações para este ano, mas os dados de 2024 servem como referência:
Um trabalhador com 1.500 euros brutos ganhou mais 524 euros líquidos no conjunto dos cinco meses.
Com 2.000 euros brutos, o ganho foi de 669 euros.
Com 3.000 euros, o total subiu para 1.110 euros.
Estes valores resultaram da combinação entre retroativos e a redução mensal da retenção na fonte.
Medidas fiscais entram em vigor perto das eleições autárquicas?
A possível entrada em vigor das novas tabelas entre setembro e outubro coincide com o calendário provável das eleições autárquicas, o que poderá levantar críticas de gestão eleitoral. Além disso, o Governo já deixou em aberto outra promessa: um pagamento extraordinário aos pensionistas, caso exista margem orçamental. Para saber se tal se concretiza, será necessário esperar por novos dados da execução do Orçamento do Estado.