Taxa EURIBOR a 3, 6 ou 12 meses: qual é a melhor?

Susana Pedro Editor: Susana Pedro

Se tens ou vais pedir um crédito habitação com taxa variável, há uma pergunta que não podes ignorar: qual o prazo da EURIBOR mais vantajoso — 3, 6 ou 12 meses?

Taxa EURIBOR a 3, 6 ou 12 meses

Antes de escolheres um crédito habitação com taxa variável, deves perceber como funciona a EURIBOR e qual a melhor opção para ti: 3, 6 ou 12 meses? Pode parecer um detalhe técnico, mas esta escolha tem impacto direto na tua prestação mensal e na estabilidade financeira ao longo do tempo. Não há uma resposta única, porque tudo depende do teu perfil, do momento do mercado e da tua tolerância ao risco.

Neste artigo, vamos explicar-te, de forma clara e prática, o que está em causa e como podes tomar a melhor decisão possível.

O que é a EURIBOR e porque importa tanto?

A EURIBOR (Euro Interbank Offered Rate) é a taxa que os bancos europeus usam quando emprestam dinheiro entre si. Mas para quem tem um crédito habitação com taxa variável, é muito mais do que isso: é o valor de referência que determina os juros que vais pagar ao banco.

Ou seja, a tua prestação mensal vai subir ou descer consoante a EURIBOR esteja a subir ou a descer — e a frequência com que isso acontece depende do prazo escolhido: 3, 6 ou 12 meses.

De acordo com o Decreto-Lei n.º 74-A/2017, os bancos devem garantir transparência na informação sobre taxas de juro e indicar claramente como a EURIBOR afeta os contratos de crédito.

Informação legal:

Os contratos de crédito devem indicar qual a taxa de referência (EURIBOR), qual a sua periodicidade de revisão e qual o impacto nas prestações.

Quando pedes um crédito habitação com taxa variável, a tua taxa de juro é composta por dois elementos:
Spread (fixo) + EURIBOR (variável)

A diferença entre os prazos está na frequência da atualização da EURIBOR no teu contrato:

  • EURIBOR a 3 meses, em que a taxa é revista a cada 3 meses;

  • EURIBOR a 6 meses, há revisão semestral (a mais usada em Portugal);

  • EURIBOR a 12 meses, há apenas revisão anual.

Cada uma delas impacta de forma diferente a tua prestação mensal e a previsibilidade dos teus encargos. Se tens dúvidas, a Rita do ComparaJá.pt responde-te:

Como a EURIBOR afeta o meu crédito?

Se tens um empréstimo com taxa variável, a tua prestação pode subir ou descer consoante a evolução da EURIBOR. O valor é revisto periodicamente, dependendo do prazo escolhido.

EURIBOR a 3 meses: mais sensível, menos previsível

A EURIBOR a 3 meses é ideal para quem acompanha de perto o mercado financeiro e prefere reagir rapidamente às variações da taxa de juro. Como é revista quatro vezes por ano, acompanha quase em tempo real as tendências do BCE.

Vantagens

  • Reage mais depressa a descidas da taxa — bom em períodos de queda;

  • Permite ajustes frequentes e ligeiros na prestação.

Desvantagens

  • Em períodos de subida, o aumento reflete-se mais rapidamente;

  • Menor estabilidade: a prestação muda com mais frequência.

Se estás confortável com a ideia de pequenas flutuações regulares e gostas de ajustar-te ao mercado, esta pode ser a tua escolha.

EURIBOR a 6 meses: o equilíbrio mais comum

A EURIBOR a 6 meses é, atualmente, a mais usada nos contratos em Portugal. E há boas razões para isso: oferece alguma estabilidade, sem te deixar demasiado tempo “preso” a uma taxa desatualizada.

Vantagens

  • Equilíbrio entre estabilidade e atualizações;

  • Dá-te margem de tempo para te adaptares a subidas ou descidas;

  • Mais previsível do que a de 3 meses, mais reativa do que a de 12.

Desvantagens

  • Continua a ter alguma volatilidade;

  • Em subidas rápidas, podes ser apanhado no meio do ciclo.

É a escolha mais consensual — boa para quem quer alguma flexibilidade sem grandes surpresas.

EURIBOR a 12 meses: previsibilidade, com risco escondido

Com esta opção, a tua prestação só muda uma vez por ano. Isso dá-te previsibilidade orçamental — o que pode ser vantajoso, principalmente se estiveres num contexto de taxas estáveis ou em descida.

Vantagens

  • Maior estabilidade na prestação mensal;

  • Útil para quem quer planear a longo prazo.

Desvantagens

  • Se a EURIBOR estiver a cair, vais demorar mais a beneficiar disso;

  • Em ciclos de subida, podes passar 12 meses a pagar mais do que o necessário.

Boa opção para quem valoriza previsibilidade e não quer estar sempre a rever o orçamento.

Qual a melhor opção para mim?

A resposta depende do teu perfil financeiro e da tua tolerância ao risco:

  • Queres estabilidade total e saber com o que contas? EURIBOR a 12 meses pode ser o melhor.

  • Achas que as taxas vão descer nos próximos tempos? EURIBOR a 3 meses permite beneficiar rapidamente dessa tendência.

  • Preferes um meio-termo, com algum equilíbrio? EURIBOR a 6 meses pode ser a mais ajustada ao teu perfil.

Exemplo prático:

Se tivesses um empréstimo de 150.000 euros a 30 anos, com um spread de 1%, o impacto da EURIBOR na tua prestação poderia ser algo como:

  • EURIBOR a 3 meses - Revisão mais frequente, alteração mais rápida das prestações.

  • EURIBOR a 6 meses - Prestação alterada a cada meio ano, um pouco mais previsível.

  • EURIBOR a 12 meses - Mudanças mais espaçadas, previsibilidade maior.

Como saber qual o melhor cenário para mim?

Escolher a melhor opção de EURIBOR pode ser complicado, mas nós ajudamos a simplificar. No ComparaJá, podes comparar diferentes cenários, simular o impacto das taxas e descobrir o melhor crédito habitação para ti.

  • Simula diferentes cenários.

  • Compara as condições dos bancos num só lugar.

  • Obtém apoio personalizado e gratuito.

Queres encontrar a melhor taxa para o teu caso? Simula já e faz a escolha mais inteligente!

Perguntas Frequentes

A EURIBOR pode ser negativa?

Sim. Já aconteceu no passado recente. Quando a EURIBOR está negativa, pode reduzir significativamente a tua prestação — mas o banco nunca vai pagar-te juros. O spread mínimo continua a aplicar-se.

Posso mudar o prazo da EURIBOR depois de assinar o contrato?

Nem sempre. Depende do contrato inicial e da política do banco. Algumas instituições aceitam renegociar o prazo mediante pedido formal.

Vale a pena fixar a taxa em vez de usar EURIBOR?

Depende do cenário económico. Taxas fixas dão-te estabilidade, mas geralmente começam com prestações mais altas. São úteis quando se prevê subida acentuada das taxas.


Susana Pedro
Susana Pedro
Content Editorial Lead