Malware, ransomware, phishing e muito mais. Palavras complicadas que querem dizer algo muito simples: os teus dados pessoais podem estar em risco neste preciso momento. Conhece as principais ameaças online e também as mais importantes recomendações de cibersegurança para te manteres protegido.
O que é a cibersegurança e porque é importante?
A cibersegurança é a prática de proteger dispositivos, redes e programas de ataques digitais. Estes ciberataques destinam-se geralmente a aceder, alterar ou destruir informações sensíveis, realizar burlas financeiras, ou roubar a identidade.
Implementar medidas eficazes de cibersegurança é particularmente desafiante nos dias que correm, porque há mais dispositivos do que pessoas e os ataques são mais numerosos, sofisticados e inovadores do que nunca.
Se seguires as notícias, terás notado um grande foco na privacidade e cibersegurança recentemente. Grandes empresas de tecnologia, como o Google e o Facebook fizeram manchetes com as suas próprias práticas de privacidade. Só no ano passado em Portugal, houve um aumento de 80% nos ataques informáticos. E basta uma violação de dados para expor informação privada e aceder a contas bancárias.
Ainda assim, há várias formas de te protegeres. Descobre quais são as mais importantes.
Como me manter protegido?
A cibersegurança começa com pequenos hábitos. Segue estas 6 dicas para manteres os teus dados seguros e longe das mão erradas.
1. Atualiza o software
Quando fores alertado para uma atualização para o teu dispositivo ou uma das tuas aplicações, não a ignores, instala-a o mais rapidamente possível. As atualizações corrigem vulnerabilidades de segurança num dispositivo ou numa app que os atacantes podem encontrar e usar para ter acesso ao teu sistema. Se o teu dispositivo já não puder receber atualizações, o melhor mesmo é fazeres upgrade para um modelo mais recente.
Para assegurar a tua cibersegurança, define as preferências do teu sistema para fazer atualizações automaticamente e remove quaisquer aplicações que não utilizes.
2. Tem atenção nas compras online
As compras online são uma das principais fontes de burlas online em Portugal. Embora à partida as lojas online possam parecer de marcas e empresas de confiança, em muitos casos a realidade não é essa.
São criadas cópias muito similares às páginas originais, mas há alguns sinais de que algo está errado e o primeiro passo para te protegeres é aprenderes a detetá-los. No entanto, muitas pecam por não terem muita informação, como a morada física ou designação social. Raramente enviam fatura com um número fiscal da empresa depois da compra, ou seja, os dados determinantes para exigires os teus direitos enquanto consumidor caso algo corra mal.
Outro indicador de perigo é a ausência do ícone SSL (Secure Sockets Layer) verde no topo da loja online. Este é um certificado de segurança que indica que os pagamentos são seguros. Se clicares, podes ver os detalhes do certificado SSL, incluindo as datas em que foi emitido.
Há outro certificado importante que podes verificar facilmente, que é o prefixo HTTPS no início do endereço do site. Quando estás num site que não estás a usar HTTPS, não há garantias de que a transferência de informações entre ti e o servidor do site seja segura.
Antes de comprares, verifica as avaliações de outros clientes e procura obter informações sobre o site em que estás a pensar noutros canais, como:
Nas redes sociais;
Uma pesquisa nas notícias;
Ou no motor de busca.
Uma vez terminadas as compras online, não te esqueças de fazer logout da conta.
Depois de comprares, verifica os extratos bancários com atenção para detetar atividades suspeitas. Confirma se o valor pago está correto, tal como verificarias a conta em qualquer outro estabelecimento físico. De preferência, ativa as notificações no banco. A maior parte dos bancos em Portugal já permitem que atives:
Alertas para o email;
Notificações;
Sms de cada vez que é executada uma transferência.
Se detectares que alguma coisa não correu de acordo com o esperado, alerta imediatamente o teu banco e as autoridades responsáveis, neste caso:
GNR;
PSP;
PJ.
Os pagamentos eletrónicos estão regulados pelo Regime de Serviços de Pagamento pelo que se fores vítima de fraude, o valor poderá ser reembolsado. Quanto mais depressa detetares erros, mais depressa podes agir e recuperar o dinheiro.
3. Desconfia de e-mails suspeitos
Se um e-mail parecer suspeito, não o abras porque pode ser um esquema de phishing. O phishing é um tipo de crime informático em que alguém se faz passar por outro indivíduo ou empresa para ter acesso às tuas informações pessoais.
Uma das técnicas mais utilizadas para cometer este tipo de crimes é recorrer a e-mails que incluem links que te direcionam para uma página fraudulenta. Para teres a certeza antes de clicares numa hiperligação, podes ver o URL de destino se simplesmente passares o rato sobre o link, sem clicar.
Um outro ponto crítico no que toca à cibersegurança são emails que aparentam ter vindo do teu banco. Nestes casos, adota uma postura de desconfiança máxima. Os bancos nunca pedirão os teus dados por e-mail e muito raramente por telefone. Trata qualquer coisa que pareça ser do teu banco com a máxima cautela.
4. Reforça as passwords
Parece óbvio, mas proteger as tuas palavras-passe é uma das melhores formas de te manteres seguro online. Embora seja mais fácil lembrares-te de uma única palavra-passe para todas as tuas contas diferentes, ao fazê-lo estás a colocar-te em risco. O melhor é definir uma palavra-passe para cada site e conta que utilizares. Assim, se uma das tuas passwords for comprometida, as restantes estão seguras.
São necessários cuidados também no momento de criar as passwords. Muitos sites exigem que cumpras certos requisitos, como utilizar diferentes caracteres e ter uma dimensão mínima. Não é por acaso. Usar senhas fortes aumenta a proteção contra os chamados “ataques de força bruta”. Estes ataques utilizam software que gerar e experimentar senhas aleatórias e conhecidas (adquiridas a partir de roubos de bases de dados) para tentar adivinhar qual é a tua palavra-passe.
Para além disso, evita utilizar aplicações que prometem guardar as tuas passwords. Podem ser convenientes, mas muitas dessas empresas foram vítimas de ataques e roubos de informação no passado. Da mesma forma, ter um ficheiro com todas as passwords armazenadas coloca-te em risco. Quem conseguir acesso a esse ficheiro pode entrar em qualquer conta tua.
Como criar uma password forte e lembrares-te depois? Se sabes a letra da tua música favorita de cor, usa uma parte para criar a palavra-chave. És fã de um determinado filme. Utiliza uma citação de que gostes. E muda as passwords com regularidade. Não te esqueças que há bases de dados à venda na “darkweb” com milhões ou mesmo biliões de passwords e uma pode ser a tua.
5. Ativa a autenticação de dois fatores
A autenticação de dois fatores é uma camada adicional de segurança para o processo de login na tua conta, que exige que o utilizador forneça duas formas de autenticação. A primeira é a tua password. O segundo fator é um código adicional que é enviado por SMS ou e-mail.
O objetivo da autenticação de dois fatores é confirmar a identidade de quem está a tentar aceder à tua conta. É uma das medidas mais eficazes contra os ataques de força bruta que referimos acima e não nasceu por acaso: foi desenvolvida pela Google depois de um ataque generalizado aos sistemas do gigante americano ter exposto o acesso a milhões de utilizadores do Gmail.
A autenticação de dois fatores não é infalível, mas é uma excelente barreira para prevenir a intromissão indesejada nas tuas contas online. Se ainda não a ativaste, ativa assim que possível.
6. Tem cuidado com redes públicas
Não é uma boa ideia ligares-te a uma rede wi-fi pública, a menos que seja absolutamente necessário. Se o fizeres para aceder a sites sensíveis, como o do banco ou comprar online, usa os dados móveis ou uma VPN.
VPN significa “Virtual Private Network” (Rede Privada Virtual) e é um serviço gratuito que cria um “túnel” de comunicação seguro entre o teu dispositivo e o servidor onde está alojado o site.
As VPN protegem os teus dados contra um tipo específico de ataques conhecido como “Man in the Middle”. Estes crimes acontecem quando alguém intercepta os dados transmitidos entre o teu dispositivo e as torres de comunicação mais próximas. A melhor solução é fazeres tarefas sensíveis a partir da tua própria rede privada.